Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Ana Fátima Braga |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/119551
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Resumo: |
A morbidade e a mortalidade por sífilis congênita se inserem como situações evitáveis e a importância do seu controle está relacionada, principalmente, às consequências da infecção para mãe e o bebê. Mesmo que a gestante não seja diagnosticada e tratada adequadamente no pré-natal, é possível reduzir as sequelas da sífilis congênita quando ocorre a investigação e tratamento da infecção no recém nascido e seguimento clínico-laboratorial após alta hospitalar. Este estudo objetivou analisar as complicações, manifestações clínicas e seguimento de casos notificados de sífilis congênita. Trata-se de um estudo transversal, realizado em dez maternidades de Fortaleza, Ceará, com 548 casos notificados de sífilis congênita em 2015. A coleta dos dados ocorreu de abril de 2017 a novembro de 2018 em duas etapas. Na primeira, foram analisadas as informações do parto e nascimento por meio das ficha de notificação e prontuários. Na segunda, coletou-se os registros existentes nos ambulatórios de seguimento de sífilis congênita do município. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e recebeu aprovação com número de parecer 2.110.189. Os resultados revelam que as gestantes com sífilis vivem um contexto de vulnerabilidade e que muitas oportunidades foram perdidas na assistência pré-natal. Encontrou-se que há maior ocorrência de natimortalidade e óbito nos casos em que o exame da mãe positivou durante a gravidez (OR: 4,6; IC: 1,35-15,99; p = 0,015) e com titulações mais altas no exame do parto (OR: 1,8; IC: 1,35-2,38; p < 0,001); e que frequentar mais consultas de pré-natal é um fator de proteção para estes desfechos (OR: 0,5; IC: 0,37-0,74; p < 0,001). A probabilidade de nascer sintomático foi maior nos filhos de mães que não foram tratadas com penicilina ou sem tratamento no pré-natal (OR: 2,9; IC: 1,54-5,62; p = 0,001) e naqueles com titulações mais elevadas no VDRL ao nascer (OR: 2,5; IC: 1,07-5,92; p = 0,033). Observou-se que um percentual considerável de recém nascidos que não realizam todos os exames necessários para diagnóstico de sífilis congênita e que não foram adequadamente tratados, especialmente devido à grande diversidade esquemas prescritos na escassez da penicilina. A grande maioria das crianças não comparece ao seguimento e os principais fatores relacionados ao não comparecimento são o uso de drogas ilícitas pela mãe (OR: 3,2; IC: 1,57-6,87; p = 0,002) e o ambulatório de seguimento ser localizado em um hospital diferente do local de nascimento (OR: 3,7; IC: 2,20-6,22; p < 0,001). É possível concluir que existem lacunas importantes na prevenção da SC, bem como no manejo e seguimento das crianças, o que compromete a identificação precoce de possíveis alterações e a prevenção de sequelas tardias. |