Fatores associados à magnitude da sífilis congênita em Altamira estado do Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Andreza Nascimento da Silva
Orientador(a): Santos, Lourdes Maria Garcez dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6950
Resumo: A sífilis é uma doença bacteriana sistêmica crônica, exclusiva do ser humano, transmitida por via sexual, por via transplacentária e durante o parto. Sem terapia medicamentosa com plano de tratamento adequado, graves consequências neurológicas podem advir incluindo sequelas e morte. A sífilis congênita representa um importante problema de saúde pública no Brasil, carecendo de esforços institucionais conjuntos, para o controle da doença. O objetivo deste estudo foi descrever a evolução da sífilis congênita e avaliar a associação de variáveis maternas, no município de Altamira, Pará, de 2009 a 2018. Trata-se de uma pesquisa quantitativa retrospectiva com desenho de estudo transversal. Realizada com dados do Município de Altamira no estado do Pará, situado na Região do Xingu, que recebeu influência e impacto socioeconômico com a implantação da Usina Hidroelétrica de Belo Monte. Foram incluídos na pesquisa os registros de mulheres grávidas que tiveram o diagnóstico de sífilis e de conceptos diagnosticados como sífilis congênita, notificados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação, disponíveis à consulta pública no site do Ministério da Saúde. Identificaram-se 160 casos de sífilis congênita no período estudado (incidência média de 6,62 casos/1 000 nascidos vivos). A frequência mais elevada foi em jovens (15 a 19 anos e 20 a 29 anos), de cor da pele autodeclarada como parda e naquelas com baixa escolaridade, com pré-natal realizado; todavia o diagnóstico de sífilis congênita apresentou a maior frequência no momento do parto. Os dados sobre o tratamento medicamentoso só estavam disponíveis para o período de 2015 a 2108, demonstrando que 15,55% das gestantes não realizaram tratamento. Os parceiros não realizaram tratamento medicamentoso, na ordem de 81,21%. Houve tendência crescente da sífilis congênita no período total do estudo (AAPC = 10,1%). As variáveis associadas, positivamente, com a ocorrência de sífilis congênita, foram a idade materna menor de 20 anos (RR = 0,70; IC95%; 0,59 – 1,00) e os trimestres da gestação diferentes do primeiro (RR = 6,04; IC95%; 3,70 – 9,88). É necessário a implementação da educação permanente dos profissionais de saúde para o manejo da sífilis gestacional de forma adequada e uma atuação efetiva das políticas públicas sobre os determinantes sociais da sífilis.