Aspectos psicossociais, consumo de drogas e transtorno mental comum em ambiente universitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Trajano, Soraya da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/118061
Resumo: O cronograma dos cursos da área da saúde favorece os casos de sofrimento psíquico dos alunos, sendo importantes implicadores na formação dos profissionais. Paralelamente a isso, estudantes universitários recorrem ao uso das drogas lícitas e ilícitas, em busca de alívio do estresse e da ansiedade. A Universidade Promotora da Saúde (UPS) exerce um importante papel, já que tem como objetivo oferecer, além de uma educação de qualidade, um ambiente saudável que proporcione bem-estar e qualidade de vida para que o universitário possa desfrutar, e assim desempenhar suas atividades de forma exitosa. O objetivo deste trabalho é avaliar a relação dos aspectos psicossociais, consumo de drogas e transtorno mental comum com o ambiente universitário. Realizou-se estudo transversal, em uma instituição de ensino superior privada do município de Fortaleza, CE, entre abril e novembro de 2017. Participaram 512 estudantes da área da saúde, ¿ 18 anos, independentemente do sexo. Utilizaram-se o Instrumento de Avaliação da Promoção da Saúde na Universidade (IAPSU) para coletar as variáveis sociodemográficas, acadêmicas e fatores psicossociais e consumo de álcool e drogas; o Self-Report Questionnaire (SRQ-20), que investiga os sintomas relacionados ao transtorno mental comum (TMC) e o Teste para Triagem do Envolvimento com Fumo, Álcool e outras drogas (ASSIST), contendo oito questões sobre o uso de nove classes de substâncias psicoativas. Aplicaram-se as análises bivariadas pelos testes qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher e a multivariada pela regressão logística pelo programa SPSS, versão 20.0. A maioria dos alunos tinha idade ¿ 24 anos (n=393; 76,8%), era do sexo feminino (n=357; 69,7%), solteiros (n=463; 90,4%), da raça branca (n=261; 51,0%), católicos (n=332; 64,8%) e exerciam trabalho remunerado (n=429; 83,8%). Sobre os comportamentos de risco na universidade, 30,9% (n=158) referiram existir situações de violência e 14,8% (n=76) consumiram álcool, tabaco ou alguma droga ilícita. Evidenciou-se prevalência de 33,2% (n=170) de TMC associada com o sexo (OR: 2,672; p=0,000), situações de violência na universidade (OR=2,203; p=0,000) e com o semestre cursado (OR: 1,601; p=0,019). Quanto ao consumo de drogas lícitas e ilícitas durante a vida, 72,7% (n= 372) consumiam bebidas alcoólicas e 17,8% (n=91) maconha. O consumo do tabaco e álcool esteve associado com o consumo de drogas na universidade (OR=4,174; p=0,000 e OR=5,748; p=0,001, respectivamente) e pelos familiares (OR=2,013; p=0,008 e OR=2,986; p=0,000, respectivamente). As drogas ilícitas associaram-se com consumo de drogas na universidade (OR=2,929; p=0,000) e pelos familiares (OR= 3,142; p=0,000), escolaridade paterna (OR=1,880; p=0,020), idade (OR=2,088; p=0,006) e TMC (OR=2,048; p=0,004). Na população universitária, foi encontrada uma prevalência alta de Transtorno Mental Comum e consumo de drogas lícitas, principalmente bebidas alcoólicas. Então, considera-se importante que as universidades reflitam sobre o seu papel enquanto um espaço potente para se promover saúde mental e de prevenção ao consumo de drogas lícitas e ilícitas, com o objetivo de reduzir os agravos decorrentes de cada um.