Resumo: |
Introdução: A Associação Internacional para o Estudo da Dor trouxe em 2020 a definição atualizada de dor. Também foi visto que a dor pode ocorrer mesmo quando não há presença de uma lesão tecidual e que a sensação é assimilada a partir de experiências pessoais. Dentre os locais e dor, a cervicalgia é considerada a segunda mais frequente na atenção básica e pesquisas populacionais, sendo tida como causadora de incapacidade funcional. Objetivo: Avaliar a relação entre a dor cervical com a incapacidade funcional e o estilo de vida em adultos em duas instituições de ensino. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal e analítico, realizado em junho e julho de 2021, na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Participaram do estudo 775 adultos (18 a 59 anos) de duas instituições de ensino superior. Foram excluídos grávidas, deficientes físicos e os cognitivos pela ausência de inadaptabilidade dos instrumentos de coleta. Foram aplicados dois instrumentos: 1) questionário epidemiológico, histórico de saúde, prática de atividade física, presença de dor e intensidade pela Escala Visual Analógica; 2) Neck Disability Index (NDI-BR). Análises bivariadas foram aplicados tendo como desfecho a prevalência de dor cervical, pelo SPSS versão 23.0. Resultados: Identificou-se maior proporção do sexo feminino com 72,1% (n=559), jovens (<25 anos) com 75,7% (n=587), solteiros com 86,2% (n=668), brancos com 43,7% (n=339), superior incompleto com 75,6% (n=586), não exerciam atividade remunerada com 69,3% (n=537) e da classe social C com 38,8% (n=300) nunca fumou, 72,8% (n=343) não apresentavam distúrbio de sono, 67,9% (n=320) faziam uso de bebida alcoólica, 61,2% (n=167). Sobre a prática de atividade física, 49,0% (n=231) referiu praticar. Na análise bivariada constatou-se que a presença de dor cervical era 1,7 vezes mais frequente no sexo feminino (p=0,000), 1,8 vezes mais prevalente naqueles que não dormiam bem (p=0,001) e menor nos que praticavam atividade física (OR=0,739; p=0,040). Conclusão: A dor na região cervical é maior no sexo feminino e constatou que ser fisicamente ativo está associado ao menor risco de dor musculoesquelética. Diante disso, campanhas educativas e preventivas podem ser adotadas para conscientização da necessidade das atividades que promovam o bem-estar. Palavras-chave: Dor cervical; estado funcional; estilo de vida; adultos. |
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