Relação entre as disfunções musculares e posturais na região cervical com o uso do smartphone em adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Medeiros, Nylla Kettilla Freitas Diogenes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/123965
Resumo: Introdução: A postura inapropriada do pescoço com o uso do smartphone, chamada de pescoço de texto, pode aumentar a carga muscular e mecânica nas articulações e ligamentos da coluna cervical, sendo um fator de risco para o aumento ou surgimento da dor nessa região. Objetivo: Avaliar a relação entre as disfunções musculares e posturais na região cervical com o uso do smartphone em adultos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal e analítico, desenvolvido outubro a novembro de 2018, na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Participaram 273 adultos (18 a 59 anos) e usuários de smartphone. Foram excluídos grávidas, deficientes físicos e os cognitivos pela ausência de inadaptabilidade dos instrumentos de coleta. Foram aplicados: 1) questionário epidemiológico, histórico de saúde, prática de atividade física, presença de dor e intensidade pela Escala Visual Analógica; 2) Neck Disability Index (NDI-BR); e 3) Smartphone Addiction Inventory (SPAI-BR). Realizaram-se as avaliações do alinhamento postural cervical pela fotogrametria, para obtenção do Alinhamento Horizontal da Cabeça (AHC), Alinhamento Horizontal dos Acrômios (AHA) e do Alinhamento Vertical da Cabeça (AVC); e das temperaturas dos músculos peitoral maior, esternocleidomastoideo e trapézio superior pela termografia infravermelha, em posição neutra (anatômica) e digitando no smartphone em ambas avaliações. Para analisar alinhamentos (AHC, AHA e AVC) e temperaturas entre as posições analisadas aplicou-se o teste t. Teste de Correlação de Pearson foi usado entre a incapacidade da região cervical, a dependência do smartphone e tempo de uso. Utilizou-se o programa SPSS versão 23.0, com nível de significância 5%. Resultados: Houve maior proporção do sexo feminino (74,0%; n=202), jovens (<25 anos - 76,9%, n=201), superior incompleto (75,1%, n=205), sem atividade remunerada (70,0% n=191), dormiam menos de 8 h/dia (76,6%, n=209), tinham boa saúde geral (49,8%, n=136) e praticavam atividade física (52,4%, n=143). Do total, 63,7% (n=174) tinham incapacidade leve da região cervical, 66,3% (n=181) dor na cervical e 73,6% (n=201) com dependência do smartphone. Verificou-se relação diretamente proporcional entre incapacidade cervical e dependência do smartphone (r=0,189 e p=0,002) e entre dependência com o tempo de uso (r=0,463 e p=0,000). Observou-se alteração significativa do AHC com inclinação da cabeça à esquerda na visão anterior; do AHC e AVC na visão lateral mostrando anterioridade da cabeça, na posição digitando no smartphone em comparação a neutra (p<0,05). Constatou-se redução significativa da temperatura muscular entre as posições digitando e neutra, com média -0,3ºC. O sexo masculino interferiu no aumento da temperatura dos músculos (p<0,05). Conclusão: A postura de cabeça adotada ao usar o smartphone ao digitar promove alteração postural com anterioridade cervical associada à redução da temperatura muscular; e a incapacidade da região cervical é maior nos adultos com dependência do smartphone. Diante disso, campanhas educativas e preventivas podem ser adotadas para o uso consciente desses dispositivos, para redução dessas disfunções relacionadas ao uso dos smartphones.