Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Alves, Natalia Fernandes Teixeira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/583385
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Resumo: |
O Assédio de rua é um fenômeno antigo, constante e que traz diversas consequências para as mulheres. Contudo, muitas vezes, é naturalizado e legitimado. Percebe-se que o assédio de rua pode ser um comportamento que, de algum modo, recebe apoio social necessário para se manter, pois mesmo sendo um fenômeno prejudicial às mulheres, ainda acontece com tanta frequência que foi necessária a criação de uma lei para ampará-las e protegêas de qualquer importunação sexual. Nesta tese propomos a hipótese de que a justificação do sistema específico de gênero influencia a aceitação de crenças sobre o assédio de rua e que essa influencia é mediada pelo sexismo ambivalente, nas suas dimensões hostil e benevolente. Para tanto, desenvolvemos um cronograma de pesquisa no qual conduzimos cinco estudos, organizados em três artigos. No primeiro artigo, realizamos um estudo de revisão da literatura sobre o Assédio de rua, com o intuito de defender o uso desse termo e lhe propor uma definição, tendo em vista os seus limites, possibilidades e sua compreensão a partir da psicologia social. Foi conduzida uma revisão narrativa da literatura, com buscas não sistemáticas de produções científicas nacionais e internacionais, que abordassem o assédio de rua. Constatou-se não haver um consenso na literatura em relação a um termo universal para nomeá-lo. Salientamos ser crucial definir um termo e propor uma definição integradora para um fenômeno que é violento às mulheres, a fim de enquadrar adequadamente o conceito, objetivando análises científicas e promoção de políticas públicas que possam combater essa violência. Por fim, definimos Assédio de rua por práticas intrusivas indesejadas de conotação sexual, que acontecem de modo imprevisível e inevitável, seja de forma verbal ou não verbal (por exemplo, comentários, gestos e sons, olhares abusivos e constrangedores), praticadas por homens contra as mulheres em espaços públicos, de uma forma que as objetifique sexualmente. No segundo artigo, descrevemos quatro estudos nos quais desenvolvemos o questionário Aceitação do Assédio de Rua (AAR). Inicialmente, realizamos um estudo preliminar para desenvolver os itens da escala e abordar sua validade de conteúdo (Estudo 1). Em seguida, no Estudo 2 (N = 413), realizamos uma análise exploratória da estrutura fatorial da escala. Os resultados revelaram uma estrutura bifatorial, sendo a dimensão "responsabilização da mulher" com19 itens e a dimensão "natureza masculina" com 9 itens, com forte consistência interna. O estudo 3 (N = 406) forneceu evidências complementares de validade fatorial, por meio de análise fatorial confirmatória, bem como de validade convergente entre a AAR e a Escala de Mitos de Estupro. De forma geral, os resultados mostraram que a AAR fornece evidências consistentes de validade e confiabilidade na medição da aceitação do assédio de rua. Por fim, no terceiro artigo (N=819) conduzimos um estudo para analisar o que está na base do processo de legitimação do assédio de rua, de modo que se aplicou a teoria da justificação do sistema para examinar se as justificativas de desigualdade de gênero influenciam/predizem o apoio de crenças acerca do assédio de rua, bem como avaliar se o endosso do sexismo ambivalente medeia essa relação. Os principais resultados indicaram que existe uma relação positiva e significativa entre a justificação do sistema e as crenças sobre o assédio de rua, e que as formas hostil e benevolente do sexismo ambivalente atuam como mediadoras dessa relação. A partir dos estudos realizados, defende-se que o assédio de rua é uma forma de violência contra a mulher que precisa ser nomeado adequadamente para ser combatido. Palavras-chave: Assédio de rua, Legitimação, Sexismo Ambivalente, Justificação do Sistema |