Por que não votamos em mulheres? Uma análise do preterimento de mulheres candidatas na política brasileira a partir do sexismo ambivalente e da justificação do sistema

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Paula, Adhele Santiago de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/582714
Resumo: A desigualdade de gênero atravessa o Brasil em inúmeros âmbitos sociais, sendo a política um deles. Atualmente, o Brasil é um dos países que possui menos mulheres ocupando cargos eletivos na política. A disparidade de gênero na política pode ser entendida também como a sub-representação de mulheres nesse campo, que se configura como um problema social a nível mundial. A política, por muitos séculos, foi um lugar ocupado apenas por homens. Assim, ainda que as mulheres tenham conquistado o direito ao voto e terem se inserido na política enquanto cidadãs, essas continuam a enfrentar dificuldades para ocupar cargos de poder. Em vista disso, nota-se que a política ainda é um campo árido para as mulheres e que estas ainda são preteridas em relação aos homens. Dessa maneira, é possível inferir que existem variáveis psicossociais que estejam envolvidas nesse fenômeno. Para o presente estudo foram utilizadas a Teoria do Sexismo Ambivalente e a Teoria da Justificação do Sistema. Diante disso, o objetivo da presente dissertação foi investigar o preterimento de candidatas mulheres em relação a candidatos homens para ocupar cargos eletivos na política brasileira e a influência do sexismo ambivalente e da justificação do sistema nesse preterimento. Contou-se com a participação de 275 pessoas da população geral, sendo 181 mulheres, 92 homens e duas pessoas não binárias. Os participantes da pesquisa responderam um questionário contendo questões sociodemográficas, a técnica da associação livre de palavras (TALP) sobre nomes de representantes políticos, a Escala de Intenção de Voto para Cargos Políticos a partir do Gênero, uma medida de Estereótipos de gênero na Política para candidatos e candidatas, um Questionário sobre participação em eleições, um Índice de Ideologia Política, a Escala de Justificação do Sistema para Relações de Gênero e o Inventário de Sexismo Ambivalente. Os dados foram coletados de forma online através da divulgação de um link em redes sociais e aplicativo de troca de mensagens, e analisados com auxílio dos softwares Iramuteq e SPSS. Os resultados indicaram que mulheres votam mais em mulheres, ou seja, o gênero aparece como um preditor da intenção de voto de eleitoras em candidatas. Ainda, constatou-se que pessoas de direita votam mais em homens que pessoas de esquerda. Verificou-se também que justificação do sistema e o sexismo hostil correlacionaram-se positivamente com o voto em homens, entretanto, foi verificado que apenas o sexismo hostil prediz o voto em homens. No que tange o preterimento de candidatas mulheres, o gênero e o sexismo hostil aparecem como preditores, portanto, homens e pessoas com alto nível de sexismo hostil estão mais propensos a preterir candidatas mulheres. Palavras-chave: Sub-representação feminina. Política. Sexismo. Justificação do sistema. Preterimento.