Transtornos mentais nos trabalhadores de combate as endemias no estado do Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bastos, Maria Luiza Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/116172
Resumo: Os transtornos mentais e comportamentais são responsáveis por alterações significativas no comportamento dos indivíduos, provocando condições mórbidas associadas a angustia e deterioração do funcionamento psíquico global. Os transtornos mentais e comportamentais contribuem de forma importante para os afastamentos do trabalho, estando entre as principais causas de absenteísmo, gerando gastos indiretos e custo para a saúde. Alguns riscos ocupacionais podem estar inseridos na gênese do adoecimento mental, em especial a exposição a alguns agrotóxicos utilizados na saúde pública para o combate as endemias. O objetivo desse trabalho foi investigar a ocorrência de transtornos mentais e comportamentais nos trabalhadores de combate às endemias no Estado do Ceará, por meio de sua história ocupacional. Traçou-se dois desenhos metodológicos para a investigar essas ocorrências, a primeira etapa constituiu de um coorte retrospectivo avaliando as licenças concedidas para tratamento de saúde cujo motivo foi transtorno mental, correspondente ao capítulo V do CID 10, desde a admissão desses trabalhadores no serviço público até dezembro de 2017. A segunda etapa foi realizada através de um estudo de corte Transversal com a aplicação de um instrumento de rastreio para transtornos mentais comuns (TMC), o Self Reporting Questionnarie- 20, SRQ-20. A pesquisa foi realizada nas dependências da unidade SIASS (Subsistema Integrado de Atenção a Saúde do Servidor) no núcleo estadual do Ministério da Saúde no Ceará, e nos distritos técnicos de endemias. Encontramos uma incidência de 15% (n = 90) de afastamentos das atividades laborais por transtornos mentais ao longo da vida laboral desse grupo de trabalhadores, que provocaram 12.844 dias perdidos de trabalho. O transtorno mental mais frequente estava no grupo dos transtornos do humor, em especial a depressão, que contribuiu com mais de 18 anos de vida vividos com incapacidade (YLD ¿ Years Lived Disability, anos vividos com incapacidade) neste grupo. E juntamente com os transtornos relacionados ao estresse e os transtornos mentais por uso de álcool representaram as principais causas de afastamentos nessa população. Não foi encontrado relação entre sinais de intoxicação por agrotóxicos e os afastamentos por estes motivos, no entanto, existe uma carência de anamnese ocupacional no prontuário destes servidores, assim como acompanhamentos periódicos. Quanto a prevalência de transtornos mentais comuns, encontramos uma ordem de 33,3% destes distúrbios nessa população trabalhadora, com rastreio através do questionário autoaplicável, na etapa transversal da pesquisa. Em visto a alta carga dos transtornos mentais nesse grupo de trabalhadores, além do elevado absenteísmo, e possivelmente também elevadas taxas de presenteísmo, acreditamos ser relevante a padronização de estratégias de atenção á saúde mental nestes trabalhadores, além de acompanhamento ocupacional periódico para análise de possíveis relações de causalidade.