As vozes das crianças às margens do rio Tapará: ser criança na comunidade Tapará Grande – Santarém/PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: http://orcid.org/0000-0003-0208-5928 lattes
Outros Autores: PRIANTE, Priscila Tavares
Orientador(a): LEITE, Iani Dias Lauer lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Oeste do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Instituto de CIências da Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/783
Resumo: No Brasil, estudos que concebem a infância como fenômeno social são relativamente novos. Tais pesquisas têm se ocupado em investigar grupos infantis que vivem em situações de risco ou crianças indígenas. Outros trabalhos buscaram ampliar o conhecimento sobre o conceito de infância, contado a partir das próprias crianças e em diferentes contextos. Nesse sentido, buscou-se identificar qual o conceito que crianças de cinco a seis anos de idade, na comunidade de várzea conhecida como Tapará Grande, em Santarém-PA, têm sobre o que é ser criança. Participaram 16 crianças, sendo 9 meninas e 6 meninos. Para coleta dos dados foi utilizado o instrumento História pra completar (MARTINS, 2000). E na coleta dos dados relativos ao contexto bioecológico que compõem a realidade das crianças pesquisadas, foram utilizados os instrumentos: Roteiro de Grupo Focal, aplicado mediante grupo focal com as crianças; o Inventário de Recursos do Ambiente Familiar – RAF e Folha de Dados Sociodemográficos, preenchidos pelos pais das crianças, e a visita guiada pelas crianças na comunidade. Para a análise dos dados utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2012) e Análise Narrativa (HUBERMAN; MILES, 1991). Como dados de contexto, observou-se que a rotina das crianças, em relação aos meios de locomoção, os espaços utilizados e tipos de brincadeiras ocorrem de acordo com as possibilidades dos períodos de cheia e seca do rio. Os resultados encontrados para o tema ―o que é ser criança‖ foram analisados por grupo etário. As ideias centrais encontradas no grupo de crianças com/até 5 anos foram: a) a criança é pequena; b) a criança é legal e obedece os mais velhos; c) o que a criança faz; d) utiliza-se como referência; e) o que pertence à criança; f) não saber; g) dúvidas. Observou-se, que o conceito das crianças de 5 anos constrói-se a partir de referências físicas, comportamentais e concretas como a própria criança e os brinquedos. As ideias centrais encontradas para o grupo de 6 anos foram: a) um bebê; b) o que o bebê não faz; c) utiliza-se como referência; d) dúvida; e) afirmativa de saber o que é ser uma criança. Os resultados apontaram para a figura da criança como aquele que é bebê, bem como as atividades que a criança realiza e a si próprio. Ambos os grupos utilizaram-se como referências e trouxeram atividades para explicar o que é uma criança, as crianças de 5 anos narraram de modo mais pessoal, enquanto que as crianças de 6 anos trouxeram o bebê e outras atividades sem se colocar nas afirmações. Outra semelhança foram as dúvidas que surgiram sobre o que é a criança e curiosidades. Assim, percebeu-se que os conceitos das crianças traduziram elementos do contexto de desenvolvimento, as relações com a família, com os espaços e pessoas da comunidade. Tais resultados contribuem para a ampliação do campo teórico acerca da infância, em especial, na Região Norte do Brasil, ainda, para o campo metodológico que tem a criança com sujeito e foco da pesquisa.