Estudos de bioecologia e controle do Lasioderma serricorne (Fabricius, 1792) (Coleoptera - Anobiidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1973
Autor(a) principal: Salles, Luiz Antonio Benincá de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20240301-153303/
Resumo: O bicho do fumo, Lasioderma serricorne (Fab.), é uma praga do fumo armazenado, no Brasil. Estudos básicos e preliminares foram feitos com a praga, visando a obtenção de dados que permitam objetivar um programa de pesquisa e de controle nas condições brasileiras. Em estudos de bioecologia com este inseto em condições de laboratório, com 25 casais, foram obtidos os seguintes dados: Oviposição em fumo tipo Virgínia, classe CE1, com o total de 1297 ovos, média de 51,8 ovos por fêmea, variando de 16 a 97 ovos por fêmea. O período de pré-oviposição foi de 3,6 dias em média, variando de 2 a 6 dias. O período de oviposição foi de 6,6 dias, variando de 3 a 12 dias. O número de ovos decresceu com os dias de oviposição, sendo colocado 20,6, 17,1, 15,6, 12,6 e 11,9% do total de ovos nos cinco primeiros dias do período de oviposiçao. Foram obtidos dados de descendência por casal, em condições semelhantes a de oviposição. Foram obtidos 793 descendentes (de 25 casais), variando de 0 a 75 descendentes por casal. Nos dois primeiros dias e após o 14º dia do período de oviposição, não houve descendentes. O número máximo foi de 192 descendentes, no 5º dia do período. Do número de ovos colocados (1297) para o número de descendentes (973), houve uma diferença de 504, correspondendo à uma redução de 61,1%. O período pupal foi em média 4,0 dias, variando de 3 a 6 dias. O tempo que o adulto permaneceu no casulo foi, em média de 3,7 dias, variando de 3 a 5 dias. A razão sexual foi de 0,60 e a relação sexual de 1,5 fêmeas para 1 macho. A longevidade dos adultos é condicionada pela oviposição. Adultos ovipositando tiveram uma vida média de 13,31 dias e o máximo de 19 dias, vividos por um adulto. Adultos não ovipositando, tiveram uma vida média de 27,77 dias, com o máximo de 41 dias vividos por um adulto. O comportamento do bicho do fumo, em relação aos tipos de fumo Virgínia e Amarelinho do grupo Estufa e tipos Comum e Burley do grupo Galpão, foi o seguinte: Grande infestação e aumento da população nos fumos do tipo Virgínia e Amarelinho, tanto em testes de livre escolha, como em de confinamento. Nos fumos do grupo Galpão, houve baixa infestação e menor aumento da população em ambos os testes, sendo que no fumo tipo Burley, ocorreu menor infestação e desenvolvimento. Em relação ao potencial de infestação, os quatro tipos de fumo podem ser classificados, na seguinte ordem decrescente: Virgínia, Amarelinho, Comum e Burley. Foi estudado o limite de temperatura para o desenvolvimento do bicho do fumo em condições de laboratório. Com sete temperaturas, variando de 3°C e a 60-80% U.R., em fumo Virgínia, classe CE1, não houve desenvolvimento, nas temperauras de 18, 21 e 36°C. O limite mínimo foi entre 21 e 23°C e o limite máximo foi entre 34 e 36°C. Foi estabelecida a taxa de crescimento diário (r) das populações desenvolvidas nas temperaturas 24, 27, 30 e 33 e, que foi respectivamente, de 0,005, 0,006, 0,019 e 0,016. Para controle, foi verificada a atração e captura de adultos do bicho do fumo pelas luzes fluorescentes BL, BLB, LD e a de bulbo incandescente de 60 W., acopladas à armadilha de sucção. A luz que mais atraiu foi a BL, seguida de BLB, 60 W. e LD. A ação conjunta de BL e BLB foi sensivelmente superior à açao de cada uma delas isoladamente. A armadilha de eletrocussão, com luz fluorescente BL, teve eficiência muito baixa de captura (6,7%). A fumigação de fardos de fumo, sob cobertura com o brometo de metila foi ineficiente nas dosagens de 35 g/m3 e 70 g/m3 em 72 horas de exposição, para os quatro estádios do bicho do fumo. Com a fosfina, nas dosagens de 0,5 comprimido/m3, 1 comprimido/m3 e 6 comprimidos/m3 em 72 horas de exposição, houve total mortalidade em todas as dosagens, para todos os estádios da praga. Ambos os testes, com brometo de metila e fosfina, foram realizados em mesma ocasião e ambiente.