O narrador protagonista em Michel Laub : O diário da queda da maçã envenenada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Leila Aparecida Cardoso de Freitas
Orientador(a): Santos, Rosana Cristina Zanelatto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3222
Resumo: Embasados em pressupostos da Teoria Literária, da Teoria Crítica e da Psicanálise, apresentamos a análise do narrador-protagonista nos romances Diário da queda e A maçã envenenada, de Michel Laub. Objetivamos averiguar a possibilidade de dissociar o eu narrador e o eu narrado mediante a focalização autodiegética proposta pela teoria de Gérard Genette, partindo da hipótese de que o tempo opera uma mudança ideológica entre um eu e outro. Nesse percurso, no primeiro capítulo, apresentamos os enredos de todos os romances de Michel Laub publicados até o presente momento: Música Anterior (2001), Longe da água (2004), O segundo tempo (2006), O gato diz adeus (2009) e A maçã envenenada (2013). No segundo capítulo, estabelecemos uma visada analítica em Diário da queda (2011). Ao compreender que há um projeto de continuidade nas obras de Laub, no terceiro capítulo, enfocamos Diário da queda e A maçã envenenada, baseados na informação do próprio autor de que ambos compõem uma trilogia que será completada no futuro. O ponto de partida de nossa análise foi a teoria de Genette. Tendo em vista a presença do fluxo de consciência que revela o processo mental dos narradoresprotagonistas de Diário da queda e A maçã envenenada, além de sua trajetória traumática, os estudos psicanalíticos de Sigmund Freud também se fazem relevantes. Além disso, autores como Norman Friedman, Walter Benjamin, Márcio Seligmann-Silva, Jeanne Marie Gagnebin, Ronaldo Lima Lins e Giorgio Agamben foram convidados à discussão. Essa visada analítica de ambos os romances resultou na ideia de que o eu narrador, quando assume a enunciação (presente), revela características que não se percebem no eu narrado (passado), sendo o fator temporal o responsável por essa mudança ocorrida entre os dois eus. Remetendo-nos a Gagnebin (2006), temos a impressão de que os narradores-protagonistas de Diário da queda e A maçã envenenada mergulham em suas lembranças, tentando compreender o passado para agir sobre o presente, escrevendo sobre essas lembranças e, finalmente, estando prontos para tentar superar um doloroso passado e seguir em frente.