Crianças e adolescentes em situação de violência : representações sociais dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Donato, Lyvia Maria Torres Moura
Orientador(a): Nunes, Cristina Brandt, Gerk, Maria Auxiliadora de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2870
Resumo: A violência é um problema de saúde pública e deve ser enfrentado por meio da formulação de políticas e capacitação profissional. A violência que envolve crianças e adolescentes é um tema complexo de ser tratado pelos profissionais de saúde, e estes demonstram dificuldade em atuarem nesses casos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é um componente da Rede de Atenção à Saúde cuja finalidade é oferecer atendimento préhospitalar móvel a urgências na cena do agravo. Crianças e adolescentes em situação de violência que apresentam riscos de morte característicos de urgência podem ser atendidos pelo SAMU. O objetivo desta pesquisa é compreender as representações sociais dos profissionais do SAMU frente a violência contra crianças e adolescentes. É descritiva de abordagem qualitativa e utiliza a Teoria das Representações Sociais. Foi efetivada no município de Campo Grande/MS, por meio da realização de entrevista semiestruturada com 19 profissionais do SAMU e posterior análise e interpretação dos dados com a utilização do método do Discurso do Sujeito Coletivo. Possibilitou a caracterização dos profissionais e resultou em 11 DSC, distribuídos em quatro categorias, sendo: Concepções sobre a violência contra a criança e o adolescente; Visibilidade à violência; Sentimentos despertados frente à violência; Atendimento do SAMU a crianças e adolescentes em situação de violência. As concepções sobre o fenômeno relacionam-se a injustiças e a constatação do ocorrido como uma consequência de dinâmica sociofamiliar que expõe crianças e adolescentes ao risco de sofrerem violência. Evidencia-se a omissão e cumplicidade familiar no intuito de esconder o ocorrido, a oportunidade de identificar a situação pelo fato do serviço ir à cena e a consideração de que é por meio da notificação que se rompe a cadeia da violência. Os entrevistados sentem-se impotentes frente ao fenômeno, com pesar por quem sofreu o ato violento e, raiva, revolta e desejo de vingança pelo autor da violência. O atendimento do SAMU à tais casos, requer preparo técnico e emocional e exige humanização no cuidado e apoio intersetorial. Constata-se que os profissionais do SAMU são tecnicamente competentes, conscientes de seus deveres legais, éticos e morais e possuem reconhecimento pessoal e da população pelo desempenho do serviço. Salvar a vida de crianças e adolescentes em situação de violência é motivação para o enfrentamento das dificuldades. Entretanto, a formação dos profissionais de saúde não os capacita para realização de tais atendimentos, evidencia-se dificuldades em lidar com o tema, necessidade de capacitação para identificação dos sinais de violência, implementação de protocolo de notificação e desenvolvimento de ações de apoio emocional frente à tais situações.