Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Gloria Maria Gelle de |
Orientador(a): |
Cunha, Rivaldo Venâncio da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/347
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Resumo: |
Introdução. A leishmaniose visceral (LV) é uma parasitose relevante no contexto mundial, à medida que são registradas elevadas taxas de incidência e de letalidade em diferentes países em desenvolvimento. No Brasil, encontra-se em expansão e urbanizada. O Estado de Mato Grosso do Sul, até a década de 80, era hipoendêmico para a transmissão da doença. A partir do final da década de 90, a LV adquiriu caráter epidêmico em diversos municípios: Campo Grande, Três Lagoas, Aquidauna, Anastácio e Corumbá. Em Três Lagoas, a doença encontrase bastante disseminada, vivenciando, nos dias atuais, uma situação de transmissão intensa da doença. Objetivos. Realizar análise descritiva da ocorrência dos casos autóctones de LV humanos e caninos no município de Três Lagoas, entre 2000 e 2009 e registrar as espécies de flebotomíneos na área de transmissão. Métodos. Foram analisados dados secundários obtidos das fichas de casos de LV notificados ao serviço de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde e SINAN, segundo distribuição espacial, temporal, atributos pessoais e os dados das fichas de captura entomológica e de cães positivos recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses. Analisaram-se os indicadores: taxa de incidência e letalidade; as variáveis: faixa etária, sexo, zona de residência e também a relação entre casos humanos e caninos no período do estudo. Resultados. A LV apresentou distribuição espacial heterogênea, com casos isolados e agrupados. Houve sincronismo na manifestação do agravo com outras áreas de Mato Grosso do Sul e a ciclicidade não foi regular, com intervalos de 2 a 3 anos. Foram registrados em Três Lagoas 424 casos de LV, dos quais 395 eram autóctones (388 georreferenciados) e 45 óbitos. A LV em Três Lagoas caracteriza- se como uma doença urbanizada, pois quase a totalidade dos casos (96,9%) procedia de ambiente urbano. Todas as faixas etárias e gêneros foram acometidos, sem evidência de risco com ocupação específica. O ano de 2002 foi o que apresentou o maior número de casos humanos (122) e a maior taxa de incidência (148,74 casos/100.000 hab.), registrando-se uma grave situação epidêmica. A taxa de letalidade foi alta em todos os anos, destacando-se o ano de 2006 (24,14%). Dos 388 casos humanos de LV incluídos na análise de distribuição espacial, 46% eram provenientes da Regional Nordeste e, 33% da Sudeste. Houve uma correlação espacial positiva entre casos humanos e caninos (p<0.001) e a densidade dos vetores (p<0.005). A fauna flebotomínica foi composta por 14 espécies, com predomínio de L. longipalpis (84,37%), no peri e intradomicílio. Conclusões. A LV apresentou estreita relação com a permanência de fragmentos vegetais entre e no interior de quadras habitadas, as migrações, os desmatamentos, a carência de infra-estrutura básica na área de saneamento e baixo nível socioeconômico, que possivelmente contribuíram para a manutenção do ciclo de transmissão intra e peridomiciliar. |