Estudos Clínicos, Epidemiológicos e Terapêuticos sobre a Leishmaniose Visceral Americana em Mato Grosso do Sul, Brasil, 2000-2005

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Lúcia Lyrio de
Orientador(a): Boia, Marcio Neves, Cunha, Rivaldo Venancio da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35471
Resumo: As características clínicas, epidemiológicas, laboratoriais e terapêuticas da leishmaniose visceral humana foram estudadas em áreas de ocorrência recente da doença no Estado de Mato Grosso do Sul, resultando em quatro estudos, no período de 2000 a 2005. A leishmaniose visceral (LV) é uma doença em franca expansão no Mato Grosso do Sul, com características de urbanização, apresentando maior coeficiente de incidência nos municípios de Campo Grande e Três Lagoas, representando importante agravo à saúde pública no Estado. No município de Três Lagoas, a doença predominou no sexo masculino, com maior incidência de 0 a 4 anos, porém, com maior número de casos entre os adultos. As manifestações clínicas foram precoces, e os achados mais freqüentes foram febre, esplenomegalia, anemia e hepatomegalia. A pneumonia foi a infecção associada mais encontrada. O diagnóstico, em 90,6% dos casos, foi feito por pesquisa direta da leishmania em medula óssea, sendo o parasito isolado, caracterizado como Leishmania (L) chagasi. Os pacientes foram tratados adequadamente com antimoniato de meglumina em 78,2% dos casos com boa resposta. A letalidade foi maior acima de 60 anos, com uma taxa de 7,5% e 50% dos óbitos apresentou infecção associada.A prevalência de infecção assintomática no mesmo município foi de 34,1% na Reação de Imunofluorescência Indireta e 35,3% no teste imunoenzimático ELISA, sem diferença quanto ao sexo ou idade. As características socioeconômicas e epidemiológicas mais observadas foram: ensino fundamental incompleto, renda familiar de até dois salários mínimos e moradias com infra-estrutura adequada A permanência de crianças no peridomicílio ao entardecer, cães presentes do domicílio ou no peridomicílio e o relato da presença do flebótomo também foi constatado. Quanto ao tratamento com antimoniato de meglumina no Hospital Universitário/UFMS observou-se que as reações adversas graves mais freqüentes foram a insuficiência renal e hepática e a pancreatite. Ocorreram mais em adultos acima de 50 anos, com predomínio do sexo masculino. Dois pacientes cursaram com miocardiopatia e um apresentou crise convulsiva tônico-clônica generalizada. Metade dos casos evoluiu para o óbito. Concluindo, os dados aqui apresentados permitiram delinear um perfil clínico e epidemiológico da LV em áreas de instalação recente no Mato Grosso do Sul, reforçando sua importância em termos de Saúde Pública e subsidiando os órgãos responsáveis pela saúde no Estado a fim de definir ações efetivas para o diagnóstico, tratamento e controle, contribuindo para minimizar o impacto desta parasitose.