Ação antimicrobiana e funcional de méis do estado de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fragoso, Mariana Rezende
Orientador(a): Braga Neto, José Antônio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3184
Resumo: O mel é um alimento de composição complexa muito apreciado pelo homem desde tempos antigos. Este trabalho tem por objetivo avaliar méis produzidos no Estado de Mato Grosso do Sul. Foram obtidos méis em embalagens plásticas de polietileno prontas para comercialização dos tipos monoflorais de cipó-uva e aroeira e mel silvestre do Apiário Vovô Pedro, em Campo Grande/MS, e mel silvestre beneficiado em Bodoquena/MS da AgroHB. Três amostras de cada tipo de mel foram encaminhadas para a Unidade de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública (UTASP/CCBS) da UFMS, acondicionadas em caixa de isopor higienizada armazenadas em sala com temperatura refrigerada em torno de 20°C, longe de fonte de luz direta, onde foram realizadas análises físico-químicas de identidade e qualidade do mel de Apis mellifera (BRASIL, 2000), avaliação do potencial antioxidante e teor de compostos bioativos (fenóis totais, taninos e vitamina C), determinação da coloração das amostras e análise polínica das mesmas, além da avaliação da atividade antimicrobiana com a utilização das cepas de Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Salmonella spp., para observação da concentração inibitória mínima (CIM) e bactericida mínima (CBM). As análises de identidade e qualidade realizadas nos méis apresentaram 100% de conformidade em todos os parâmetros, atestando boa qualidade dos méis avaliados, que é resultado de processos produtivos eficazes e respeito a legislação vigente a ao consumidor. As amostras apresentaram coloração classificadas como extra âmbar-claro para as amostras de mel de cipó-uva e âmbar-claro para as demais. A análise polínica revelou uma discordância entre os tipos polínicos encontrados nas amostras e as informações trazidas nos rótulos, com predominância dos tipos florais Schinus. terebinthifolius, aroeira vermelha, e/ou Myracrodruon urundeuva, aroeira preta. O potencial antioxidante e teor de bioativos encontrados nas amostras foram considerados relevantes por apresentarem valores por vezes maiores aos encontrados na literatura, entretanto os méis declarados silvestres foram superiores estaticamente. A atividade antimicrobiana dos méis frente as cepas de S. aureus, E. coli e Salmonella spp. foi obtida após o plaqueamento das bactérias e posterior inoculação em profundidade dos méis resultando em inibições significativas, com halos de inibição com desempenho próximo do antibiótico de escolha (azitromicina) para E. coli e Salmonella sp. S. aureus apresentou maior resistência aos méis do estudo. A maior parte das amostras apresentou apenas efeito inibitório frente as cepas do estudo, com CIM que variou entre 0,795 ± 0,013 a 0,098 ± 0,001 mg mL-1 e apenas as amostras de méis declarados de cipó-uva e silvestre Campo Grande frente a E. coli e silvestre proveniente de Bodoquena contra Salmonella spp. apresentaram CBM, nas concentrações de 0,394 ± 0,006, 1,563 ± 0,003 e 0,382 ± 0,005 mg mL-1 respectivamente. Portanto, pode-se observar uma interessante atividade antioxidante e antimicrobiana nas amostras, onde há indícios da presença de compostos com tais características, havendo um grande potencial de uso dos méis de Apis mellifera produzidos em Mato Grosso do Sul.