Esse Paraná, para onde nos levará? : a história e o Conatus em dois estaleiros de Manaus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marcelo de Souza Ramos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Administração
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/32923
Resumo: Fazendo uma analogia a um paraná, este estudo se propôs a investigar o conatus nos estaleiros Alfa e Bravo. Como em uma bifurcação – onde de lado tem a calmaria e do outro o barco segue viagem – este estudo buscou, utilizando a abordagem bourdieusiana, revelar as estratégias de perpetuação dessas empresas familiares – ou, utilizando a analogia, revelar as estratégias que fariam com que o barco continuasse viagem. Para isso, a pergunta problema foi: “esse paraná, para onde nos levará?”, ou seja, “como é construído o conatus nos dois estaleiros de gestão familiar?”. Seguindo a premissa bourdieusiana de que as famílias são compostas por diferentes corpos unidos por um conatus, ou seja, uma tendência de perpetuação do seu ser social com todos os seus poderes e privilégios, essa tese buscou revelar as estratégias de inculcação que garantiriam a perpetuação dos dois estaleiros citados. Para responder ao problema e cumprir com os objetivos desta pesquisa, foi empreendida uma investigação de cunho qualitativo e que lançou mão de entrevistas semi estruturadas e de um diário de campo para apreensão do contexto em que a pesquisa se desenvolveu. Ela trouxe a alguns elementos da trajetória de vida dos envolvidos nos dois estaleiros para a tese, como um recurso para a compreensão do habitus de seus membros. Os casos demonstraram, como resultado, a ausência de um conatus (no singular), ou seja, não foram identificadas estratégias de perpetuação e a tese não foi convalidada. Porém, este trabalho, ao trazer os conceitos relacionados à natureza dos afetos de Espinosa, conseguiu explicar tal ausência (uma suposta antinomia) ampliando a percepção do conatus e propondo investigações mais profundas – não apenas a busca por evidências de perpetuação do ser. Em outras palavras, quando o processo de perpetuação não for evidente, ou seja, quando não houver um conatus familiar, é necessário que se lance mão do estudo dos afetos para evidenciar os conatus, no plural. Nesse sentido, este trabalho evidenciou o sentimento de comiseração dos pais em relação aos filhos, nos dois casos. Em termos práticos, esta perspectiva contribui para um processo sucessório mais humano e que considere os herdeiros em sua individualidade, pois o conatus é isso: potência individual. Por fim, esse paraná não os levará a lugar nenhum porque ele já é o destino final daqueles que começaram sua empreitada há décadas atrás, cabendo a cada herdeiro, decidir seu próprio caminho.