A dialética do senhor e do escravo como paradigma na filosofia política

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1984
Autor(a) principal: Newton Bignotto de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9NUKHT
Resumo: A presente dissertação tem como ponto de partida a figura hegeliana da dialética do senhor e do escravo. Tal figura é tomada não como momento da obra hegeliana mas principalmente como ferramenta conceitual que nos permite rastrear o passado em busca da explicitaçãode mecanismos de dominação que ocorreram na historia. É evidente que tais mecanismos podem ser estudados em seus diversos aspectos: a história econômica dos povos, a arte, a religião, a filosofia. Escolhendo a filosofia, através da obra de alguns filósofos, estamos já nos obrigando a considerar nosso objeto sob um ângulo múltiplo. Isto porque, se de ura lado acreditamos que os mecanismos de dominação aparecem expressos nos trabalhos filosóficos de maneira efetiva, de outro somos obrigados a levar em conta a participação, muitas vezes direta, que os autores tiveram nos mecanismos de poder. Estamos, portanto, diante do duplo caráter conceitual-ideológico que toda obra possui. Tomando Platão para exemplo, podemos observar que sua obra traz de maneira efetiva as marcas de seu tempo. Ele e o pensador que e capaz de captar as mudanças e os mecanismos de poder de uma Grécia já em decadência, mas, por isso mesmo, ele toma partido de maneira decisiva a favor de um determinado projeto social ligado à aristocracia de Atenas. Esse caráter múltiplo da obra filosófica que a situa no tempo, ao mesmo tempo em que busca transcende-lo, toma a escolha de nosso instrumento conceituai extremamente importante. É claro que, se nossa opção fosse outra, teríamos também que nos defrontarmos com a ambigüidade inerente a toda expressão humana. No caso da filosofia, isto só vem valorizar nosso sentimento de trabalho, à medida que buscamos retirar de cada autor o que o toma transcendente a seu tempo e que, por isso, nos ajuda a compreender a gênese e o dosenvolvimento das atuais formas de dominação.