Resultado materno e perinatal de gestações de alto risco acompanhadas por enfermeiras obstetras, 2014-2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Coutinho, Karla Lauriane lattes
Orientador(a): Fernandes, Betânia Maria lattes
Banca de defesa: Gama, Silvana Granado Nogueira da lattes, Pacheco, Zuleyce Maria Lessa lattes, Cunha, Antônio José Ledo Alves da lattes, Souza, Maria das Dores de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6058
Resumo: O objetivo desta pesquisa consistiu em avaliar o resultado materno e perinatal de um serviço de pré-natal de alto risco com a participação da enfermeira obstetra como integrante da equipe multidisciplinar. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado a partir do estudo de coorte não concorrente. A pesquisa foi desenvolvida no Hospital Sofia Feldman situado na cidade de Belo Horizonte/MG. Foram utilizados no estudo os prontuários de gestantes do pré-natal de alto risco, que tiveram atendimento prestado pela enfermeira obstetra por no mínimo três consultas, no período de 1º de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2015, com o desfecho da gestação no cenário da pesquisa. Após aprovação do comitê de ética em pesquisa, os dados foram obtidos por meio de um instrumento elaborado para análise dos prontuários, contendo as variáveis a serem estudadas. Este foi adaptado em uma planilha Microsoft Excel. As variáveis quantitativas foram descritas como mediana, 1º quartil (1ºQ) e 3º quartil (3ºQ), valor mínimo e valor máximo; já as variáveis qualitativas, pela frequência absoluta (n) e frequência relativa (%). Para testar a relação entre as variáveis qualitativas, utilizou-se o teste do Qui-Quadrado (X2), sendo calculada a razão de chances (OR) com intervalo de confiança de 95% (IC95%). O tamanho do efeito foi avaliado pelo V de Cramer, utilizando a classificação proposta por Cohen. Os resultados evidenciaram que as gestantes tinham idade média de 32 anos, a maioria se declarou parda, solteira e com ensino médio completo ou incompleto. Iniciaram o pré-natal em média com 16 semanas e três dias de gestação; 62,2% realizaram mais de sete consultas de pré-natal; a mediana foi de oito consultas, sendo a metade realizada pela enfermeira obstetra e a outra metade pelo médico. Os principais motivos de encaminhamento ao Pnar foram a hipertensão arterial (31%) e diabetes (19%). Foram observadas intercorrências em 25% das gestantes que resultaram em internação hospitalar, as mais frequentes foram pré-eclâmpsia (20,4%) e o descontrole glicêmico (14,8%). As intercorrências no puerpério ocorreram em 30 puérperas (14,2%), sendo a hemorragia responsável por 36,6% dos casos. O tipo de parto mais frequente foi o parto normal (54,6%), na posição semissentada em 59% dos casos, com a presença do acompanhante em 97,2% dos partos. Houve 3,5% de episiotomia e 60% de lacerações de 1º grau. Metade dos partos foram realizados exclusivamente pelo médico obstetra e observou-se associação significante entre o tipo de via de parto e o profissional que assistiu ao parto (X2 = 174,102; gL = 2; p<0,0001), em 100% dos casos em que a assistência ao parto é compartilhada entre a enfermeira obstetra e o médico obstetra, a via de parto é o normal. A média da idade gestacional no momento do parto foi de 39 semanas e três dias, a prematuridade aconteceu em 10% dos nascidos vivos, 20% apresentaram baixo peso e 3% Apgar<7 no 5º minuto. Dos recém-nascidos, 82,3% foram colocados pele a pele com a mãe e 64,7% iniciaram o aleitamento materno na sala de parto. Observou-se que a gravidez gemelar, a realização de menos de sete consultas de pré-natal e as intercorrências durante a gravidez aumentam a chance de prematuridade, com efeito de moderada magnitude. Não houve mortalidade materna nesta pesquisa; a taxa de mortalidade neonatal foi de nove por mil nascidos vivos e as mortes fetais 13/1.000 nascidos vivos. Conclui-se sobre a eficácia da cobertura pré-natal de gestantes com maior risco reprodutivo quando o início do acompanhamento ocorreu no primeiro trimestre gestacional. O número médio de consultas pré-natais foi de oito e a metade delas foi atendida pela enfermeira obstetra. Houve 54,6% de partos normais e correlação entre a via de parto e o profissional que o assistiu. A presente pesquisa traz subsídio para a formulação de políticas de saúde, para tomada de decisão por gestores e reflexões sobre a atuação da enfermeira obstetra/obstetriz no Pnar e na assistência ao parto no Brasil.