Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Kyssia Karen de Paiva e
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Orientador(a): |
Teixeira, Henrique Couto
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Banca de defesa: |
Mietto, Bruno de Siqueira
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Carvalho, Wanessa Araújo
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9774
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Resumo: |
A hanseníase é uma doença granulomatosa crônica que, embora curável, ainda carrega grande preconceito e estigma. É causada pelo bacilo intracelular Mycobacterium leprae e afeta principalmente a pele e os nervos periféricos, resultando em comprometimento sensorial e motor, com deformidades características e incapacidades. Em 2017, o Brasil registrou 26.875 casos novos da doença (12,8% do total global), fato que o mantém como o segundo país em número absoluto de casos, perdendo apenas para a Índia. O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico, mas testes sorológicos podem contribuir para sua detecção precoce e auxiliar na classificação das formas da doença. Neste trabalho avaliamos o perfil da resposta imune humoral de pacientes com as formas paucibacilar e multibacilar da hanseníase e seus contatos domiciliares, utilizando o ensaio imunonenzimático (ELISA) para detecção de anticorpos IgM, IgG, IgA e IgE, com reatividade frente aos antígenos recombinantes NDO-HSA, LID-1 e NDO-LID. Adicionalmente, foi analisado o efeito da quimioprofilaxia com dose única de rifampicina sobre os níveis séricos de anticorpos IgA anti-NDO-HSA, anti-LID-1 e anti-NDO-LID em contatos domiciliares de casos com hanseníase multibacilar. Os resultados mostram que pacientes com a forma multibacilar apresentam aumento dos níveis séricos de anticorpos das classes IgM, IgG e IgA contra os três antígenos testados, quando comparados aos pacientes paucibacilares e aos controles sadios. Ao contrário, as respostas de IgE contra NDO-HSA, LID-1 e NDO-LID foram bastante reduzidas mesmo utilizando menor diluição dos soros e maior concentração dos antígenos. A reatividade de anticorpos IgM foi maior frente aos antígenos NDO-HSA e NDO-LID, enquanto que a reatividade de anticorpos IgG foi maior frente aos antígenos LID-1 e NDO-LID. Níveis séricos elevados de anticorpos IgA contra os três antígenos testados foram detectados em cerca de 72 a 100% dos pacientes multibacilares, havendo também significativa reatividade dos pacientes paucibacilares (63%) frente ao antígeno NDO-HSA. A análise das curvas ROC confirmou o bom desempenho dos antígenos no diagnóstico da hanseníase multibacilar, havendo melhor performance dos testes IgG anti -NDO-LID e IgA anti- NDO-HSA. Os testes ELISA IgM, ELISA-IgG e ELISA-IgA utilizados não foram capazes de diferenciar contatos domiciliares de pacientes multibacilares em comparação aos contatos de casos paucibacilares ou em comparação aos controles sadios de área endêmica, apesar de ter sido notada uma tendência de aumento da reatividade de IgA anti-NDO-HSA no grupo CMB. A quimioprofilaxia com dose única de rifampicina reduziu de forma discreta os títulos de anticorpos IgA anti -NDO-HSA em contatos de pacientes multibacilares. Os resultados confirmam o bom desempenho dos antígenos NDO-HSA, LID-1 e NDO-LID no sorodiagnóstico da hanseníase, e sugerem que a pesquisa de IgA frente ao análogo sintético NDO-HSA pode ser uma ferramenta adicional no diagnóstico de formas clínicas da doença. A aplicação de testes sorológicos envolvendo pesquisa de IgA anti-NDO-HSA no acompanhamento de contatos domiciliares com suspeita de infecção subclínica e que receberam tratamento profilático com rifampicina merece futuras investigações. |