Resposta imune a antígenos do Mycobacterium leprae na forma neural pura de hanseníase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Figueiredo, Vilma de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8634
Resumo: A análise do genoma sugere que o Mycobacterium leprae surgiu ainda no pleistoceno há aproximadamente 100 mil anos, e sua disseminação acompanhou a rota de migração dos primeiros seres humanos, com os quais este patógeno se espalhou pelo mundo. Este bacilo é o agente etiológico da hanseníase, um problema de saúde pública no Brasil, e em diversos outros países, nos quais a hanseníase é uma doença endêmica. Trata-se de um patógeno intracelular obrigatório que induz lesão nos nervos periféricos e na pele. A detecção do bacilo na lesão de pele e a neuropatia permitem o diagnóstico da doença. A neuropatia periférica com ausência de lesão de pele é observada na hanseníase neural pura (HNP). Entender a resposta imune patógeno-específica é crítico para o desenvolvimento de ferramentas que possibilitem o diagnóstico precoce da HNP e outras formas de hanseníase. O diagnóstico numa fase mais inicial da doença é necessário para reduzir as incapacidades frequentes na hanseníase. O objetivo geral deste trabalho é investigar se os níveis de citocinas induzidas por antígenos M. leprae-específicos podem ser uma ferramenta de diagnóstico de hanseníase, especialmente para exclusão da hipótese de hanseníase em pacientes com neuropatias periféricas. Amostras de plasma e sobrenadante de 60 doadores (controles saudáveis, pacientes com hanseníase multibacilar, paucibacilar e neural pura, e portadores de outras neuropatias periféricas) foram analisadas por ensaio multiplex, após estímulo com antígenos M. leprae-específicos. Os pacientes com forma neural pura de hanseníase responderam aos estímulos-controle e M. leprae-específicos. Foram avaliadas respostas tanto em células mononucleares de sangue periférico quanto em sangue não fracionado. Níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias e quimiocinas foram induzidos em resposta a antígenos de M. leprae no grupo controle saudável (ABE) e estes níveis diminuíam gradativamente à medida que se aproximava da forma mais grave da doença (LL). Os resultados obtidos a partir de amostras de soro pacientes HNP mostram que PGL-I e LID-1 não teriam grande utilidade diagnóstica nesta forma de hanseníase. Porém, em pacientes com HNP com positividade para anti-PGL-I e anti-LID-1, talvez a sorologia pré e pós-tratamento por poliquimioterapia possa ser um elemento de avaliação de resposta terapêutica. O grupo HNP demostrou uma resposta comparável às formas tuberculóides da hanseníase. IFN-γIL-17e diversos outros biomarcadores de ativação funcional de linfócitos T, induzidos por estímulo com antígenos específicos de M. leprae, mostraram redução progressiva quando indivíduos expostos sem hanseníase foram comparados com pacientes. Estes biomarcadores foram detectados em níveis mais baixos em pacientes com as formas multibacilares de hanseníase. A análise de componente principal dos níveis de citocinas induzidos pela proteína ML1419c e por peptídeos sintéticos M. leprae-específicos permitiu separação, de pacientes com hanseníase, inclusive HNP de indivíduos saudáveis e pacientes com neuropatias periféricas não hansênicas. A inclusão de novos parâmetros, talvez associados à lesão neural periférica ou à infecção por M. leprae das células de Schwann são elementos adicionais que podem aumentar a precisão de discriminação de HNP de outras neuropatias periféricas não hansênicas.