Mito e fantasia: reflexões sobre Tolkien, subcriação e tradução

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Leite, Isabella Aparecida Nogueira lattes
Orientador(a): Magaldi, Carolina Alves lattes
Banca de defesa: Silva, Anderson Pires da lattes, Freesz, Lucian lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16775
Resumo: A presente dissertação busca entender a relação entre tradução, mitopoética e subcriação nas obras de J.R.R. Tolkien. Para tal, objetiva-se trazer três principais discussões: compreender o perfil de escrita e tradução de J.R.R Tolkien, abordando seu conceito de mitopoética e de subcriação; debater as referências dos Estudos da Tradução para aprofundar as relações entre tradução e criação; e analisar coletivamente as obras traduzidas e de autoria de J.R.R. Tolkien, para compreender como essas traduções e os épicos fazem parte de seu substrato de subcriação. Ao longo do estudo teve-se como pergunta norteadora o seguinte questionamento: como J.R.R. Tolkien utilizou a tradução como laboratório de subcriação? As hipóteses que abarcaram o viés da discussão foi de que J.R.R Tolkien almejou um laboratório de subcriação mitopoético e o construiu via tradução, e que ele utiliza a mitopoética como estratégia de subcriação. Assim, o aporte teórico tem por base os conceitos de J.R.R. Tolkien (2013) e Tzvetan Todorov (1975) sobre literatura de fantasia e o elemento fantástico, para entender a natureza fantástica nas obras de J.R.R. Tolkien, assim como a noção de Jornada do Herói de Joseph Campbell (2004) relatada por Christopher Vogler (2015). A teoria dos polissistemas elaborada por Itamar Even-Zohar (1990), para entender o caráter sistêmico da produção de J.R.R. Tolkien; e as noções sobre tradução, manipulação e reescrita de André Lefevere (1992) para entender o papel da tradução na formação de Tolkien enquanto escritor. Dessa forma, as obras do substrato épico analisadas são Sir Gawain and the Green Knight, Beowulf e Kalevala, e do Legendarium de J.R.R. Tolkien são O Hobbit e O Senhor dos Anéis. O ponto de contato entre elas se deu a partir de das lendas arthurianas e o personagem de Faramir; o herói Beowulf e os heróis da Terra-Média; a Kalevala e a elaboração de línguas ficcionais e a relação entre os personagens, Väinämöinen e Gandalf, e os objetos mágicos Sampo e o Um Anel. Após as discussões desenvolvidas nos capítulos foi possível compreender como as personagens do substrato foram integradas à narrativa de Tolkien, por exemplo o caso de Faramir; como as temáticas e as representações foram incorporadas, nas questões do Mal encarnado, no roubo de riquezas, e na existência de uma joia de poder. Tudo isso foi recriado (e subcriado) por J.R.R. Tolkien para dar forma não só às suas obras, mas também ao gênero de fantasia como conhecemos hoje.