Interação fictiva como estratégia de estruturação discursiva em audiências de instrução e julgamento na Justiça Federal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Tavares, Lenise Grasiele de Oliveira lattes
Orientador(a): Rocha , Luiz Fernando Matos lattes
Banca de defesa: Pinheiro, Diogo Oliveira Ramires lattes, Duque, Paulo Henrique lattes, Vieira, Amitza Torres lattes, Cunha Lacerda, Patrícia Fabiane Amaral da lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00073
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13591
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo mapear e analisar os mecanismos linguístico-cognitivos que acionam a Interação Fictiva (IF) em Audiências de Instrução e Julgamento (AIJs) na Justiça Federal Brasileira e para isso, adotou-se como arcabouço teórico principal a Fictividade em Talmy (1996, 2000) e Langacker (1999, 2008), a Interação Fictiva em Pascual (2002, 2006, 2014) e Pascual e Sandler (2016) e a Autocitação Fictiva em Rocha (2012, 2013, 2014). No que concerne à constituição do corpus, analisamos três Audiências de Instrução e Julgamento: uma ação penal por “Redução à Condição Análoga à de Escravo”, uma ação civil por “Danos Morais” e uma ação previdenciária envolvendo um pedido de “Pensão por Morte”. Quanto à abordagem metodológica optamos pela qualitativa interpretativa, com base na análise Microetnográfica (ERICKSON, 1988; 1992; GARCEZ, 2014), bem como recorremos à Linguística de Corpus (SARDINHA, 2004) e utilizamos de ambas as abordagens CorpusBased e Corpus-Driven (TOGNINI- BONELLI, 2001). Como achados relevantes, foram encontrados na análise pontual a presença de três padrões fictivos principais: Pergunta Fictiva (Comentário); Pergunta Fictiva (Pergunta-Resposta) e Marcador Conversacional. Encontramos também instâncias de Fictividade de Representação: Autor Fictivo, Réu Fictivo e Testemunha Fictiva. Constatamos ainda que as perguntas no domínio discursivo jurídico apresentam-se como gestalts (figura e fundo) acerca dos modos de se conceberem o objeto: ora com finalidade de se obterem respostas pontuais (plano factivo), ora com a finalidade de se fazerem comentários (plano fictivo). Nesse sentido, foi possível concluir que alternâncias entre o plano factivo e o plano fictivo oportunizaram novos argumentos à cena, colocaram à prova a versão das partes, de modo que juiz, procurador e advogados obtivessem as provas orais das testemunhas.