Interação fictiva no ensino/aprendizagem de português como língua estrangeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Jéssica da Costa lattes
Orientador(a): Rocha, Luiz Fernando Matos lattes
Banca de defesa: Gerhardt, Ana Flavia Lopes Magela lattes, Weiss, Denise Barros lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11234
Resumo: A dissertação tem como objetivo explorar instâncias de Fictividade, em especial, a Interação Fictiva, no contexto de ensino/aprendizagem de Português como Língua Estrangeira. Adotamos como escopo teórico autores da Linguística Cognitiva como Talmy (1999,2000) para tratar da questão da Fictividade, Fillmore (1982) para darmos conta da noção de Frame de Conversa, essencial na compreensão do fenômeno analisado e Fauconnier (1997) para abordar a projeção entre domínios, corroborando com a ideia, segundo a qual, os falantes projetam ouvintes em uma cena, usando como base a estrutura conversacional. Como escopo teórico mais específico, adotamos a proposta de Pascual (2003, 2006, 2014, 2016) segundo a qual, a IF atua como uma forma para organizar o pensamento, a gramática e o discurso. Adotamos também, os achados de Rocha (2006, 2011, 2013, 2018) no que diz respeito às características nas ocorrências de IF e o que difere tal fenômeno do Discurso Direto Canônico. No que diz respeito à abordagem metodológica, analisamos duas aulas, gravadas e transcritas para este trabalho, em uma turma de nível superior na disciplina de Português como Língua Estrangeira. Optamos pela mescla entre as abordagens corpus-based e corpus-driven como estratégia para que o corpus assumisse o protagonismo no trabalho. A análise pontual, de caráter qualitativo, nos revelou a ocorrência da Exemplificação em Discurso Direto Fictivo visando, majoritariamente, a promover no discurso conceptualizações de ATIVIDADE, SENSAÇÃO, COMPREENSÃO REPENTINA OU INSIGHT, POSTURA ou ATITUDE, ADMIRAÇÃO, SAUDAÇÃO, PEDIDO DE INFORMAÇÃO, INDIGNAÇÃO e EXPLICAÇÃO. Além desse padrão, também encontramos o padrão perguntaresposta, atuando como um organizador do discurso e os marcadores discursivos que atendem ao propósito de checar atencionalmente a audiência, garantir o fluxo discursivo e antecipar possíveis dúvidas dos interlocutores, no caso, os discentes. Os achados corroboraram com as hipóteses iniciais, provando que o fenômeno da IF é produtivo no contexto de sala de aula, ocorrendo tanto na fala da docente quanto dos discentes visando a propósitos comunicativos como diferentes conceptualizações, explicações e organizações dentro do discurso. Observamos ainda que as ocorrências estão acompanhadas por um forte caráter dramático, funcionando quase como uma teatralização, tornando a manifestação, por meio da IF mais vívida alcançando, dessa forma, maior clareza comunicativa no processo de ensino/aprendizagem.