Discurso direto fictivo como potencial desencadeador da mescla da carapuça: uma estratégia argumentativa usada em mensagens religiosas
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00114 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16330 |
Resumo: | Este estudo insere-se no campo da Linguística Cognitiva e tem como objetivo geral investigar como líderes religiosos utilizam o Discurso Direto Fictivo em suas mensagens para potencializar a persuasão e a conexão emocional com seus ouvintes. A Interação Fictiva constitui-se do uso do Frame de Conversa para estruturar pensamento, gramática e discurso (Pascual, 2014). No caso específico do Discurso Direto Fictivo (Rocha, 2022), o molde canônico de discurso reportado é acionado não necessariamente para reportar falas proferidas, mas principalmente para veicular “pensamento em voz alta”, como debate interno. Têm grande importância na análise os postulados da Teoria dos Espaços Mentais (Fauconnier,1994) e da Teoria da Mesclagem Conceptual (Fauconnier, 1997), à medida que contribuem para descrever a armação cognitiva subjacente ao objeto de estudo. Também são acionados os conceitos de Footing (Goffman, [1979]/2013) e Argumentação (Schiffrin, 1987), comumente usados nas análises de fala-em-interação. A pesquisa é de base qualitativa (Denzin; Lincoln, 2000), sendo o corpus constituído de vídeos de mensagens do padre católico Fábio de Melo, do pastor evangélico Silas Malafaia e do palestrante espírita Divaldo Franco, publicadas na plataforma Youtube. Os resultados deste trabalho mostram que os casos de Discurso Direto Fictivo, produzidos por esses religiosos, introduzem espaços mentais abrangentes, genéricos e abstratos, em que interlocutores fictivos (não genuínos) dialogam sobre temas amplos e variados. Elementos de Discurso Direto Fictivo instanciados genericamente pelo orador, como a dêixis imprecisa, e componentes que integram posições subjetivas (argumentativas) latentes por parte dos ouvintes, podem ser projetados uns nos outros e culminar no que denominamos de Mescla da Carapuça, operação cognitiva de particularização de instâncias gerais (X GENÉRICO É X PARTICULAR). O fato de elementos do Discurso Direto Fictivo serem apresentados com instanciação genérica contribui para que o ouvinte preencha as lacunas com referentes do seu repertório pessoal. Dessa forma, ele pode ter a sensação de que sua posição, restrita ao seu pensamento, e contrária à do orador, de alguma forma, é acessada pelo líder religioso e revelada por meio de interlocutores fictivos, como se a mensagem religiosa fosse dirigida especificamente a esse ouvinte. Em última instância, desvela-se como a Interação fictiva em discurso direto sociocognitivamente gerencia o propósito potencialmente interventor sobre as subjetividades dos ouvintes. |