Composição química e efeito antibiótico das frações diclorometânicas floral e foliar de Vernonia polyanthes Less. (Asteraceae Bercht. & J. Presl)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fernandes, Laura Silva lattes
Orientador(a): Alves, Maria Silvana lattes
Banca de defesa: Pellegrino, Flávia Lúcia Costa, Costa, Juliana de Carvalho da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10625
Resumo: Vernonia polyanthes Less. (Asteraceae Bercht & Presl.) é uma planta nativa da América do Sul, popularmente conhecida no Brasil como assa-peixe e tradicionalmente usada para o tratamento de gripe, resfriado, bronquite, problemas intestinais e renais, infecção uterina, úlceras e febre. O presente estudo teve como objetivo investigar as composições químicas e os efeitos antibióticos das frações diclorometânicas floral (DF-Vp) e foliar (DL-Vp) obtidas desta espécie vegetal. Folhas e flores foram extraídas em soluções hidroetanólicas 70% e submetidas a partição líquido/líquido com hexano (HF-Vp/HL-Vp) seguida de diclorometano (DF-Vp/DL- Vp). Inicialmente, foi realizada uma triagem do efeito antibiótico in vitro dos extratos e frações por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e da Concentração Bactericida Mínima (CBM), seguida pela classificação do efeito antibiótico frente as cepas de referência ATCC® Staphylococcus aureus (ATCC® 25923™, ATCC® 29213™ e ATCC® 6538™), Escherichia coli (ATCC® 10536™ e ATCC® 25922™), Salmonella Choleraesuis (ATCC® 10708®), Salmonella Typhimurium (ATCC® 13311™) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC® 9027™ e ATCC® 27853™), que destacou DF-Vp e DL-Vp como as mais promissoras. Os perfis químicos de DF-Vp e DL-Vp foram estabelecidos por meio de cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrômetro de massas (CG-EM), que revelou a presença de terpenoides e flavonoides, marcadores quimiotaxonômicos de V. polyanthes. O efeito antibiótico de DL-Vp e DF-Vp foi aprofundado frente as cepas de referência Salmonella Choleraesuis (ATCC® 10708™) e Salmonella Typhimurium (ATCC® 13311™) e clínicas humanas Salmonella Enteritidis 1428260 e Salmonella spp. 1507708 por meio dos ensaios do efeito combinatório, tempo de morte bacteriana, viabilidade celular e extravasamento de substâncias absorvidas a 280 nm. Adicionalmente, foi investigado se o metabólito lupeol seria o principal responsável pelo efeito antibiótico desta espécie vegetal. DL-Vp foi ativo frente a S. Choleraesuis (ATCC® 10708™), S. Typhimurium (ATCC® 13311™) e Salmonella spp. 1502596 e 1266695, com CIM igual a 625 μg/mL, e Salmonella spp. 1553217 e 1507708 e S. Enteritidis 1428260, com CIM de 1250 μg/mL. DF-Vp se mostrou ativo frente a Salmonella spp. 1502596 (CIM = 625 μg/mL) e também inibiu o crescimento de S. Choleraesuis (ATCC® 10708™), S. Typhimurium (ATCC® 13311™) e S. Enteritidis 1428260 com CIM de 1250 μg/mL, e Salmonella spp. 1507708 e 1266695 (CIM = 2500 μg/mL). Com exceção de DL-Vp frente a S. Typhimurium (ATCC® 13311™) com CIM de 5000 μg/mL e efeito bactericida, os demais foram classificados como bacteriostáticos para ambas as frações e cepas testadas. O sinergismo entre DL-Vp e DF- Vp e os antibióticos se mostrou cepa dependente. O ensaio do tempo de morte bacteriana demonstrou que DL-Vp e DF-Vp diminuíram a densidade populacional bacteriana e, na maioria dos casos, os tratamentos com essas frações foram mais eficientes do que com os antibióticos. Finalmente, a citotoxicidade foi determinada pelo bioensaio com Artemia salina e as frações diclorometânicas foram classificadas como atóxicas. Os resultados revelaram o efeito antibiótico promissor de V. polyanthes, principalmente frente a Salmonella, incluindo cepas clínicas resistentes à levofloxacino e ampicilina. Além disso, constatou-se que lupeol não foi o principal responsável por esse efeito nesta espécie vegetal.