Investigação da atividade antibacteriana do extrato de lavagem foliar e do glaucolídeo A de Vernonia polyanthes Less. (Asteraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santana, Jordana Damasceno Gitirana de lattes
Orientador(a): Alves, Maria Silvana lattes
Banca de defesa: Salvador, Marcos José lattes, Amaral, Maria da Penha Henriques do
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5417
Resumo: Vernonia polyanthes Less. (Asteraceae), popularmente conhecida como assa-peixe, é uma espécie vegetal nativa da América do Sul, principalmente do Brasil. Esta planta medicinal é tradicionalmente utilizada em casos de gripes, resfriados, tosses, febre, bronquite, contusões, hemorroidas, infecções do útero e no tratamento de malária. Farmacologicamente, V. polyanthes tem sido relatada como detentora de propriedades anti-hipertensiva, antinociceptiva, anti-ulcerogênica, anti-inflamatória, leishmanicida e antimicrobiana. Estudos fitoquímicos focando esta espécie, disponibilizados na literatura, relatam a presença de metabólitos secundários pertencentes, principalmente, às classes dos flavonoides e terpenos, especialmente lactonas sesquiterpênicas. O presente estudo descreve a avaliação da atividade antibacteriana do extrato de lavagem foliar (extrato VP) e da lactona sesquiterpênica glaucolídeo A isolada de V. polyanthes, no intuito de corroborar cientificamente com o uso tradicional dessa espécie vegetal e de verificar a potencialidade do extrato VP e desta molécula como prováveis fitoterápico e protótipo de um agente antibacteriano, respectivamente. O extrato VP foi obtido por meio da lavagem das folhas íntegras e secas de V. polyanthes com diclorometano e o glaucolídeo A isolado a partir do fracionamento desse extrato por métodos de cromatografia em coluna. A atividade antibacteriana foi investigada por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) pelo método de microdiluição em caldo, segundo recomendações do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI). Em seguida, procedeu-se ao estabelecimento da Concentração Bactericida Mínima (CBM) e à classificação do efeito farmacológico bactericida ou bacteriostático. Staphylococcus aureus ATCC® 6538™/ATCC® 29213™, Escherichia coli ATCC® 10536™/ ATCC® 25922™, Salmonella enterica subsp. enterica serovar Choleraesuis ATCC® 10708™, Salmonella enterica subsp. enterica serovar Thyphimurium ATCC®13311™ e Pseudomonas aeruginosa ATCC® 9027™/ATCC® 27853™ foram usadas como cepas de referência. O extrato VP revelou atividade antibacteriana frente a 5 das 8 cepas testadas, sendo mais ativo contra S. aureus ATCC® 6538™ e ATCC® 29213, com valores de CIM iguais a 0,625 mg/mL, refletindo efeito bacteriostático e CBM de 2,5 mg/mL e 1,25 mg/mL, respectivamente. O glaucolídeo A apresentou atividade antibacteriana frente às referidas cepas de S. aureus, com valores de CIM de 250 µg/mL e 500 µg/mL, efeito bacteriostático e CBM de 500 µg/mL e > 500 µg/mL, nessa ordem, sendo inativo contra as demais cepas nas concentrações testadas. Os resultados do presente estudo sugerem que V. polyanthes e glaucolídeo A apresentam potencial antibacteriano, especialmente frente à S. aureus, sendo a atividade do extrato VP resultante, provavelmente, de um sinergismo entre essa lactona sesquiterpênica e outros metabólitos secundários presentes nessa planta medicinal.