Maternidades lésbicas e educação: “rabiscar” como produção de sentidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Mochi, Luciene Celina Cristina lattes
Orientador(a): Micarello, Hilda Aparecida Linhares da Silva lattes
Banca de defesa: Lopes, Jader Jane Moreira lattes, Clareto, Sônia Maria, Oliveira, Márcio de, Uziel, Anna Paula
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00020
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12917
Resumo: A presente tese tem como objeto de estudo a maternidade lésbica e bissexual e suas interfaces que permeiam o contexto escolar. A pesquisa parte do fenômeno social de que a naturalização da maternidade e a pressuposição da heterossexualidade, como universal, para todas as mulheres, pode fazer com que as mães que são lésbicas ou bissexuais, tensionem esse “lugar” predeterminado na sociedade heterossexista. A necessidade de compreensão e de análise desse “lugar” justifica este doutoramento que intenta responder ao seguinte problema de pesquisa: de que maneira as famílias de crianças que possuem mães lésbicas ou bissexuais são acolhidas e representadas pelas escolas da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental? Para responder este questionamento que consiste em compreender que sentidos de maternidade são produzidos a partir da existência das/os filhas/os de famílias lesboparentais na escola, este estudo de natureza qualitativa, apresenta os seguintes objetivos: conhecer sobre a importância da educação escolar para as famílias compostas por mães lésbicas ou bissexuais que possuem filhas/os na Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental; analisar se a presença de mães que são lésbicas ou bissexuais contribuem para o exercício da socialização e reconstrução de práticas democráticas no interior da escola; e, investigar em que medida, a presença de crianças, filhas e filhos dessas famílias, modificam o espaço escolar e promovem possibilidades de se repensar a relação famílias e escolas. Para a coleta de dados, o método de seleção das treze participantes foi o “Bola de Neve” (Snowball Sampling), e o instrumento de pesquisa foi um roteiro de entrevistas, que foram realizadas presencialmente com treze mães durante o segundo semestre de 2018. A análise das narrativas obtidas se fundamenta na contribuição das teorias feministas e dos estudos das relações de gênero e educação. Como resultado, a pesquisa conclui que, de forma isolada, é possível identificar alguns avanços na articulação entre a escola e a família lesboparental. Entretanto, há um longo caminho a ser percorrido para que a educação seja pautada na (e para a) democracia, o que consiste na garantia de direitos, de representatividade e de uma escola que seja livre de discriminações e violências para as mulheres que conjugam maternidade e lesbianidade/bissexualidade, para suas famílias lesboparentais e para todas as crianças que possuem configurações familiares plurais