A Institucionalização da Educação do Campo em Minas Gerais: para onde aponta o girassol?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Duarte, Patricia Ferreira lattes
Orientador(a): Rodrigues, Rubens Luiz lattes
Banca de defesa: Magrone, Eduardo lattes, Oliveira, Daniela Motta de lattes, Lamosa, Rodrigo de Azevedo Cruz
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12388
Resumo: Esta pesquisa tem como finalidade analisar o processo que culminou na institucionalização da Educação do Campo em Minas Gerais, bem como as ações governamentais decorrentes da promulgação das Diretrizes para a Educação Básica nas escolas do campo de Minas Gerais em 2015. Para tanto, foram definidos como objetivos específicos apresentar o contexto histórico de elaboração dos princípios da Educação do Campo como proposta dos movimentos sociais a nível nacional; analisar a conjuntura e as iniciativas que trazem o debate ao seio do estado mineiro; identificar as agências e intelectuais envolvidos na elaboração da proposta de implementação da Educação do Campo que culminou na Resolução da SEE 2820/2015; analisar a referida resolução, documentos e ações complementares a ela e; verificar em que medida o conjunto de políticas voltadas à Educação do Campo em Minas Gerais contempla os pressupostos emergidos dos movimentos sociais e seus intelectuais. Por fim, a questão evidenciada no título deste trabalho consiste no ponto nevrálgico que nos faz caminhar da aparência à essência do fenômeno, ou seja, superar o senso comum que permeia a aprovação das Diretrizes para a Educação Básica nas escolas do campo de Minas Gerais com o objetivo de identificar se e como contribui para a materialização da “escola diferente” nascida dos anseios das comunidades assentadas e acampadas. Em outras palavras, quando questionamos para onde aponta o girassol, símbolo da Educação do Campo por sua vez entendida como sinônimo de resistência dos povos camponeses que lutam pela terra, indicamos a preocupação em identificar qual a direção ético-política das políticas de Educação do Campo em nosso estado. A metodologia consistiu na articulação de levantamento bibliográfico e análise documental, abarcando os escritos produzidos pelos movimentos sociais, em especial o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e documentos produzidos em Minas Gerais durante os governos mineiro entre 2008 e 2018. Percebemos que o esforço dos governos mineiros desde a entrada do tema em suas agendas, mas especialmente na gestão de Fernando Pimentel (PT), constituiu-se em articular os anseios do agronegócio e movimentos sociais em nome da dita “governabilidade” ou seja, a construir o consenso entre concepções opostas de formação humana. Nesse sentido, verificamos que as políticas de Educação do Campo foram subordinadas à “Estratégia de enfrentamento à pobreza no campo” para amenizar os conflitos sociais, além de articular a formação dos camponeses ao mundo do trabalho na perspectiva de educação neoliberal da Terceira Via.