Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Monique Bernardes de Oliveira
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Orientador(a): |
Lourenço, Lelio Moura
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Banca de defesa: |
Ronzani, Telmo Mota
,
Senra, Luciana Xavier
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11986
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Resumo: |
A violência contra a mulher perpetrada por um parceiro íntimo (VPI) se apresenta atualmente como um grande problema tanto de saúde pública quanto dos direitos humanos. A estrutura sociocultural tem fortes influências sobre o fenômeno da VPI, uma vez que mantém um conjunto de crenças amplamente compartilhadas, relacionadas não apenas à esta violência, mas também ao sistema social em geral e às relações entre homens e mulheres. Os sistemas de crenças de uma sociedade condicionam estereótipos de gênero, que por se pautarem na desigualdade entre homens e mulheres servem de alicerce para o sexismo. Este, por sua vez, atua como um instrumento para manter o status quo de submissão das mulheres em relação aos homens e direta ou indiretamente legitima a violência contra as mesmas. Sendo assim, alguns autores da Psicologia Social relacionam a VPI à Teoria do Sexismo Ambivalente, que propõe uma ambivalência nas manifestações sexistas em relação às mulheres, envolvendo tanto crenças e atitudes abertamente discriminatórias (sexismo hostil), quanto uma visão de cunho protecionista, idealizador e afetivo (sexismo benevolente), que apesar de seu caráter supostamente positivo, considera as mulheres a partir de uma visão estereotipada da representação de papéis limitados. Desta forma, um fator importante a ser levado em consideração no estudo da VPI é o sistema de crenças culturalmente estabelecido acerca desta. Posto isso, o presente trabalho buscou identificar em mulheres vítimas de VPI crenças a respeito desta violência e crenças referentes a papéis/estereótipos de gênero. Para tal foram entrevistadas 30 vítimas de VPI em uma instituição de assistência no município de Juiz de Fora – MG. Utilizouse para a entrevista um roteiro semiestruturado e um questionário sociodemográfico. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas por meio da técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados foram divididos nos seguintes tópicos: Crenças em relação à VPI; Crenças em relação a papéis/estereótipos de gênero; Estratégias de enfrentamento; e Ajudas necessárias às vítimas. A partir de cada um destes, foi realizada a codificação das categorias, subcategorias e unidades de registro. No tópico Crenças em relação à VPI as categorias foram: Tipos de violência; Gatilhos/Motivações da violência; Vítimas e Agressores; Interferências de terceiros; Prejuízos causados pela violência; Permanência das vítimas na relação abusiva; e Normatividade, naturalização e justificativas da VPI. Em Crenças referente a papéis/estereótipos de gênero a categorização foi: Mulheres; Homens; e Papéis igualitários. Estratégias de enfrentamento e Ajudas necessárias às vítimas foram as demais categorias criadas. Os achados aqui apresentados permitem identificar a complexidade dos fatores envolvidos no fenômeno da violência entre parceiros íntimos, que ao serem investigados a partir da perspectiva das próprias vítimas da VPI, nos aproximam da realidade “nua e crua”. A violência é conjuntamente/socialmente arquitetada e legitimada, e a caminhada para a mudança, representada pela igualdade, é lenta e envolve de início a tomada de consciência desta estrutura desigual. A partir disto pode-se pensar em possibilidades para promover processos de mudanças cognitivas na esfera social e no plano subjetivo sobre a percepção do lugar que cada um ocupa na sociedade. |