Educação linguística e cidadã – um desafio de aprendizagem para a sala de aula de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Freitas, Emiliana Torteloti lattes
Orientador(a): Miranda, Neusa Salim lattes
Banca de defesa: Lima, Fernanda Raquel Oliveira lattes, Sampaio, Thais Fernandes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras)
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7013
Resumo: O presente trabalho se define como um Estudo de Caso de natureza participativa e interventiva – Pesquisa-ação (MORIN, 2004) – e desenvolveu-se na esfera do Mestrado Profissional em Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora – PROFLETRAS, cujo público-alvo são professores do Ensino Fundamental II de escolas públicas brasileiras. Vinculou-se ao macroprojeto “Ensino de Língua Portuguesa – da Formação docente à sala de aula” (MIRANDA, 2014, FAPEMIG CHE APQ 02584/14) que tem como objetivo principal a construção de um Ambiente de aprendizagem propício a efetivas práticas de letramento em que se articulem o Protagonismo discente, Autoria e Autoridade docente, uma Rede de Cooperação entre discentes e docentes e a Modelagem, visando promover uma Educação Linguística e Cidadã. O lócus investigativo é uma sala de aula de Língua Portuguesa, marcada pela desordem, hostilidade, violência, desinteresse, indiferença e infrequência, do 8o ano do Ensino Fundamental, composta por 21 alunos, localizada no município de Miracema, RJ, onde a professora-pesquisadora atuou em busca de um caminho autoral de reconstrução e profissionalização da sua prática como professora de Língua Portuguesa. Neste percurso investigativo, fundamentos, modelos de análise, categorias e estratégias de ação construídos em rede de pesquisa no nosso macroprojeto foram replicados de modo autoral. A pesquisa-ação desenvolvida envolveu uma etapa diagnóstica inicial, uma etapa interventiva e uma etapa diagnóstica e avaliativa final. Para o diagnóstico inicial elegeram-se dois (2) instrumentos investigativos, um questionário semiaberto a fim de traçar o perfil socioeconômico e cultural dos discente e um “Relato de experiência” escrito sobre as vivências como alunos de LP. Os resultados obtidos após análise de tais diagnósticos foram importantes indicadores para a etapa interventiva que foi estruturada em três (3) projetos ─ PROJETO 1: Sarau Coração de Estudante: construindo um ambiente de aprendizagem com poesia e música, PROJETO 2: A língua e a ciência: desvendando textos expositivos e PROJETO 3: Trabalhando valores e o gênero oral assembleia de classe ─ ambos sustentados por uma concepção de linguagem como prática social. A etapa diagnóstica e avaliativa final, voltada para a voz discente, foi constituída por dois (2) relatos de experiência como alunos de Língua Portuguesa, sendo um (1) inicial, relatando toda a sua experiência e um (1) final, relatando a experiência vivida apenas no ano de 2017, ambos submetidos a um método de análise do discurso em que tomamos como base a Semântica de Frames (FILLMORE, 2009 [1982]; (SALOMÃO, 2009) e seu projeto lexicográfico computacional FrameNet (www.framenet.icsi.berkeley.edu). No decorrer de sete (7) meses, as práticas interventivas deste estudo ─ detalhadas e justificadas em um Caderno Pedagógico digital interativo ─ permitiram que o “caos” das relações interacionais fosse, gradativamente, cedendo espaço ao respeito, ao protagonismo e às ações cooperativas na sala de aula. De modo especial, a ação autoral do docente-pesquisador resultou na recuperação de sua autoridade, possibilitando a construção de um Ambiente de aprendizagem propício à uma educação linguística e cidadã.