Loucos pela escola. O discurso do analista e a invenção de uma escola em movimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Almeida, Rita de Cássia de Araújo lattes
Orientador(a): Fontes, Ana Maria Moraes lattes
Banca de defesa: Clareto, Sônia Maria lattes, Cohen, Ruth Helena Pinto lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3815
Resumo: Esta dissertação começa com a discussão de duas propostas político-filosóficas bastante atuais. Uma trata do desmonte dos manicômios como aparato de agenciamento social da loucura – a Reforma Psiquiátrica Brasileira – e a invenção de uma nova proposta institucional balizada pelos CAPS; outra trata das propostas que viabilizam uma maior abertura da escola para as diferenças – as Políticas de Educação Inclusiva. Se os muros do hospício desmoronam e as portas da escola se abrem, então a escola se vê diante da oportunidade de acolher a diferença da loucura e de se deixar interpelar por essa experiência. Mas como pensar uma escola que perceba tal experiência como enriquecedora para o processo educativo e não como um peso a mais ou alguma coisa que precise ser apenas tolerada? Para tratar dessa questão teremos a psicanálise como parceira. Faremos uso de seu arcabouço teórico, de seu estilo – que permite entrelaçar a teoria com recortes de experiência – e principalmente, de sua posição discursiva, para inventar o que pretende ser a nossa contribuição: uma escola em movimento. O malestar dos laços sociais, discutido por Freud, retorna na teoria dos discursos de Lacan que os concebe como formas de fazer laços, laços que, como veremos, sempre remetem a um impossível, a alguma espécie de fracasso. O discurso do mestre, o discurso da histérica, o discurso universitário, o discurso do analista e o discurso capitalista, são discursos presentes em todas as instituições inventadas pelo homem, incluindo a escola. Nossa aposta é a de que o discurso do analista, e sua intenção de promover o fracasso a agente do discurso, seja capaz de promover um dinamismo interessante no movimento discursivo da escola, fazendo dela um lugar mais aberto às diferenças, a isso que desmonta e desconstrói o instituído. Uma escola em movimento é uma escola interpelada pela loucura e atravessada pelo discurso do analista, sendo assim, não pretende ser a solução dos mal-estares da educação, muito pelo contrário, sua inovação está exatamente em não ter a pretensão se livrar de tais mal-estares, mas sim transformá-los em motor e energia para o processo educativo.