A intersetorialidade enquanto estratégia de gestão das políticas públicas sobre drogas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Laport, Tamires Jordão lattes
Orientador(a): Ronzani, Telmo Mota lattes
Banca de defesa: Junqueira, Luciano Antônio Prates lattes, Grincenkov, Fabiane Rossi dos Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4798
Resumo: A intersetorialidade se encontra cada vez mais presente no debate sobre a gestão das políticas públicas no Brasil. Dentre suas diversas abordagens, prevalece a ideia da intersetorialidade enquanto estratégia de gestão integradora de diversos setores – públicos, privados e da sociedade civil – com vistas à solução de problemas sociais. Isto permite uma compreensão global sobre a temática das drogas, pois espelha uma visão multifacetada do problema que encontra correspondência com a visão das drogas enquanto questão social e que, portanto, não se refere a um único ator, nem apenas determinados setores. A presente pesquisa caracterizou-se por ser um estudo de caso de natureza exploratória, realizada no município de Juiz de Fora/MG. Analisamos o funcionamento da intersetorialidade por meio de observação participante, de documentos oficiais e de entrevistas semiestruturadas com os gestores que compõem o Comitê Gestor Municipal de Políticas sobre Drogas do Programa Crack, é Possível Vencer. Os resultados apontaram que a intersetorialidade ainda se apresenta como um processo em vias de construção, com grandes desafios a serem enfrentados. Existe uma noção dos atores políticos sobre o conceito de intersetorialidade, associados a aspectos da complementaridade entre os setores, objetivo comum, interdisciplinaridade, integralidade, dissenso prático. Por outro lado, falta a definição de parâmetros que norteiem as ações. Habitualmente, o que existem são estratégias emergenciais de cada setor, isoladamente. Nos aspectos facilitadores do trabalho intersetorial foram encontrados a interação entre sistemas, análise de cenário, planejamento de execução, conhecimento do trabalho do outro e liderança. Entre os aspectos dificultadores: excessiva burocratização, interesses pessoais e políticos, prioridades distintas, fragmentação do aparelho administrativo, diálogo insuficiente e sobrecargas setoriais. Na questão específica das drogas, há dificuldades no que se refere ao desconhecimento da rede, participação da sociedade civil, cobrança de indicadores e recursos humanos. Já nos aspectos do programa foram citados, entre outros, ausência de convergência programática, lentidão no processo, ausência de planejamento na execução, concepção que prevê interfaces, facilitador de diálogo. Compreender os aspectos abordados facilita e instrui o aprimoramento das políticas públicas que se pretendem intersetoriais, especialmente na área de drogas.