Os sentidos do cuidado de enfermagem para o ser-aí- mulher no vivido da neoplasia da mama à luz de Martin Heidegger

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Paiva, Andyara do Carmo Pinto Coelho lattes
Orientador(a): Salimena, Anna Maria de Oliveira lattes
Banca de defesa: Souza, Ivis Emilia de Oliveira lattes, Melo, Maria Carmen Simões Cardoso de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/835
Resumo: Objetivou-se desvelar os sentidos do cuidado de enfermagem para a mulher que enfrenta o câncer de mama, desde o diagnóstico até o tratamento. Método de investigação qualitativa, fundado na fenomenologia de Martin Heidegger. Constituiu-se como cenário o hospital de referência no atendimento oncológico, de caráter filantrópico e sem fins lucrativos, no interior de Minas Gerais, sendo participantes 12 mulheres em fase de seguimento após câncer de mama. A entrevista fenomenológica teve como questões norteadoras: como foi para você o cuidado de enfermagem durante todo o percurso, desde que você descobriu uma alteração na mama, as consultas, os exames, o tratamento, até o dia de hoje? Que cuidados de enfermagem mais a ajudaram durante todo o processo de sua doença? Qual o significado do cuidado de enfermagem ao longo do processo da doença? Emergiram então as estruturas essenciais, de modo a construírem as Unidades de Significados. A compreensão vaga e mediana desses significados permitiu à elaboração do fio condutor que conduziu ao segundo momento metódico, a compreensão interpretativa ou hermenêutica. O modo ser-aí-com-a-equipede- enfermagem na Atenção Secundária e Terciária é desvelado pela mulher, evidenciando o modo da pré-ocupação autêntico. Revela a solicitude antecipativaliberatória no cuidado dos profissionais. Como ser-aí lançada-no-ambiente-hospitalar vislumbra um cuidado autêntico, em contrapartida, ao ser lançada-no-sistema-de-saúde vivencia a des-atenção. No ambiente domiciliar, o cuidado provém de membros do seu mundo doméstico, de modo que a mulher experiencia a solicitude substitutiva e destaca-se a in-visibilidade dos profissionais de enfermagem na Atenção Primária ao desvelar um cuidado que se perde no modo de ser da inautenticidade. O ser-mulher se mostra movida no falatório e ambiguidade ao falar sobre o trabalho da enfermagem. Revela o cuidado substitutivo do médico ao anunciar o diagnóstico e experimenta a impropriedade-para-a-morte, o pavor e o horror com a descoberta da doença e a possibilidade da morte. Desvela-se na impessoalidade e de-cadência ao transferir à divindade a responsabilidade por sua recuperação. A partir dos sentidos desvelados, acredita-se que a enfermagem oncológica na Atenção Secundária e Terciária se movimenta em direção a um cuidado libertador, que considera a dimensão existencial do ser e não restringe as ações que compreendem a tecnologia dura. Tem um olhar sensível ao momento que a mulher vivencia e mostra seu potencial em auxiliá-la a se abrir para as possibilidades como ser-lançado-no-mundo. Mostra-se a desarticulação da rede assistencial, de modo que o sistema referência e contrarreferência foi construído na perspectiva do ente, não considerando as singularidades que envolvem o ser.