Mulheres sobreviventes ao câncer de mama: perspectivas para a saúde e enfermagem a partir do conceito vivido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Viana, Suellen Fernanda de Souza lattes
Orientador(a): Amorim, Thaís Vasconselos lattes
Banca de defesa: Souza, Ivis Emilia de Oliveira lattes, Paiva, Andyara do Carmo Pinto Coelho lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00382
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13775
Resumo: O câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Por isso, torna-se importante repensar o que é necessário para uma melhor assistência a quem sobrevive a essa doença. Sendo assim, na intenção de desvelar sentidos da mulher sobrevivente ao câncer de mama, encontrou-se na pesquisa qualitativa, fundamentada na fenomenologia de Martin Heidegger, uma possibilidade para compreensão das facetas do fenômeno a partir do ser que o vivencia. Constituiuse como cenário de desenvolvimento da pesquisa o Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF). Realizou-se a entrevista fenomenológica com 15 mulheres. A análise compreensiva, em seu primeiro momento metódico, mostrou que o conceito de ser das mulheres sobreviventes ao câncer de mama é expresso como: Levar a vida normalmente, trabalhar e fazer as coisas em casa, mas não poder fazer mais porque o braço dói; Não conseguir se olhar no espelho, se sentir feia, ficar com a autoestima lá embaixo e se incomodar com a roupa; Fazer exames, ficar triste e com medo de morrer ao saber do diagnóstico, mas aceitar e enfrentar... achar que o câncer pode voltar, ter sempre cuidado e ir ao médico; Fazer o tratamento, ter efeitos colaterais e continuar com o acompanhamento; Ter apoio, ajuda e força das pessoas, familiares e amigos; Ter fé em Deus e se apegar nas orações para vencer e melhorar; Sentir que mudou, viver o hoje, aprender a valorizar e aproveitar mais a vida... entender que pode superar a doença e se sentir mais forte. Em seu movimento existencial, a mulher sobrevivente ao câncer de mama mostrouse a partir da facticidade que a condição de sobrevivência impôs. Nos modos de ser da cotidianidade, o ser-aí-mulher-sobreviente-ao-câncer-de-mama se ocupa na manualidade dos afazeres dentro e fora de casa, movida pela impessoalidade e impropriedade por não se considerar como ser de possibilidades. O temor da morte após o diagnóstico foi desvelado. O falatório, a curiosidade e a ambiguidade com que se movimentou sendo-no-mundo como sobrevivente, conduziu à decadência do acompanhamento da condição de saúde, possibilitando a aproximação de outros entes na solicitude do ser-com. A angústia se anunciou fugaz no poder-ser-no-mundo como sobrevivente ao câncer de mama que valoriza a vida e olha mais para si, FACULDADE DE ENFERMAGEM UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA entretanto, com o passar do tempo, de-cai no cotidiano que na maior parte das vezes, a presença se mantém. A partir dos sentidos expressos, compreende-se que as repercussões socioculturais, psicoemocionais e físico clínicas implicadas pelo câncer de mama e seu tratamento reforça a necessidade da estruturação de uma linha de cuidados especializada e interdisciplinar, centrado na escuta ativa e qualificada. Como o Enfermeiro é o profissional que presta o cuidado de forma direta à mulher ao longo do tratamento, ele se torna de grande relevância para identificar possíveis impactos no âmbito biopsicosocioespiritual, a fim de que o olhar desse profissional transcenda ao momento do tratamento, vislumbrando essa mulher em todos os aspectos que permeiam a sobrevivência ao câncer.