Mulheres com câncer de mama: a vivência do apoio social e familiar durante o tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ambrósio, Daniela Cristina Mucinhato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-06112013-155240/
Resumo: Um exame da literatura nacional e internacional evidencia uma quantidade considerável de publicações científicas dedicadas às repercussões psicológicas do câncer de mama e de seu tratamento. No entanto, a abordagem das questões relacionadas ao apoio social e familiar, na perspectiva da mulher acometida, é ainda pouco investigada. Para fundamentar as ações de saúde e de cuidado integralizado em saúde, torna-se necessária a realização de estudos que busquem compreender de que modo o apoio social e familiar pode contribuir para minimizar as repercussões do diagnóstico e do tratamento da neoplasia mamária para a paciente. Estudos têm enfocado a perspectiva do familiar, mas são escassos os trabalhos que se propõem a investigar a visão da própria mulher em tratamento. Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo compreender como a mulher que se encontra em processo de reabilitação do câncer de mama vivencia o cuidado que lhe é oferecido pelas redes sociais de apoio, particularmente em relação ao apoio social e familiar percebido. Participaram do estudo sete colaboradoras com idades entre 39 e 73 anos de idade, submetidas à mastectomia no período de julho de 2004 a junho de 2008, assistidas por um núcleo de reabilitação de mulheres mastectomizadas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Para alcançar o objetivo proposto, utilizou-se a Fenomenologia enquanto referencial teórico-metodológico de pesquisa qualitativa. Dentro desse enfoque, a coleta de dados foi constituída por duas etapas: na primeira, foram realizadas entrevistas individuais e audiogravadas, mediante o consentimento das colaboradoras. A primeira etapa da coleta foi desenvolvida a partir de uma questão norteadora: Eu gostaria que você me contasse como tem vivenciado o apoio familiar desde que soube que estava com câncer de mama e o que isso significa para você. Na segunda etapa da coleta de dados, foram elaborados, conjuntamente com as participantes, o genograma e o ecomapa, considerando-se dois momentos distintos: antes e após o diagnóstico do câncer de mama; também foi aplicado o Critério de Classificação Econômica Brasil 2008. O material proveniente desses instrumentos permitiu a caracterização das participantes do estudo e de suas redes familiares, além da identificação do apoio recebido. As entrevistas foram transcritas na íntegra e analisadas juntamente com os demais dados, segundo o referencial metodológico adotado, por meio da descrição, redução e interpretação fenomenológicas. Os resultados mostraram que a rede de apoio social e familiar da paciente foi consideravelmente ampliada e diversificada após o diagnóstico do câncer de mama, o que não necessariamente significou para a mulher em tratamento um aumento de recursos, uma vez que nem sempre ela estava apta a dar conta de atribuir significados positivos aos cuidados que recebe para seu bem-estar psicossocial. Espera-se que o conhecimento resultante deste estudo possa auxiliar os profissionais a capacitar o processo de significação de mulheres com câncer de mama a respeito do apoio social e familiar que recebem, ampliando as possibilidades de compreensão dos cuidados que lhes são ofertados.