Os sentidos do ser-aí-mulher-após-uma-cirurgia-cardíaca sustentados em Heidegger: implicações para a enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Amorim, Thaís Vasconselos lattes
Orientador(a): Salimena , Anna Maria Oliveira lattes
Banca de defesa: Souza, Ivis Emilia de Oliveira lattes, Melo, Maria Carmen Simões Cardoso de lattes, Silva, Lucia de Fatima da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2005
Resumo: A partir da vivência do cuidado de enfermagem direcionado às mulheres em perioperatório cardiológico, emergiram inquietações acerca do ente após a cirurgia cardíaca, momento que se mostra lacunar no que concerne ao estudo das subjetividades que o permeiam e à atuação do enfermeiro na promoção, proteção e recuperação da saúde. Objetivou-se desvelar os sentidos do dasein neste dia a dia,a fim de contribuir para a reflexão acerca da integralidade da atenção à saúde do ser que volta para casa. Elegeu-se como método de pesquisa a abordagem qualitativa ancorada na Fenomenologia de Martin Heidegger. O cenário constituiu-se de uma Instituição Hospitalar de médio porte da Zona da Mata Mineira e os sujeitos foram dez mulheres submetidas à cirurgia cardíaca. A entrevista fenomenológica teve como questão norteadora: Como está sendo o seu dia a dia após a cirurgia? Buscou-se nos depoimentos as estruturas essenciais. Estas originaram as Unidades de Significados: Sensações físicas e problemas de saúde estão presentes; Sentem-se inúteis e limitadas ao depender de outros; Em determinados momentos, a ajuda que receberam foi essencial; Apresentam-se emotivas, assustadas, temendo a morte e buscando fé em Deus; Desejam que as consultas médicas as liberem para as atividades do dia a dia. A compreensão vaga e mediana culminou com o fio condutor, que por sua vez, originou o conceito de ser em direção à análise interpretativa. A hermenêutica desvelou um novo modo de ser-cardíaca desconhecido anteriormente pela mulher, anunciando-a no impessoal lançada na publicidade. Nesta vivência, deixa-se dominar pela cotidianidade sendo no falatório, na curiosidade e na ambiguidade. Experimenta a decadência a partir da angústia imprópria. Revela o temor da própria morte e da de seus familiares, desvelando o pavor, o terror e o horror. Na ocupação do cuidado à mulher os profissionais de saúde mostram-se inautênticos nos diversos cenários do Sistema de Saúde. É o profissional médico que participa de seus constantes retornos, atentando-se aos aspectos biologicistas, insuficientes para promover a melhora das questões subjetivas que permeiam o cotidiano da paciente. Esta pesquisa aponta a carência de comportamento atitudinal do enfermeiro que tem a possibilidade de atuar em diferentes cenários e possui na sua formação e experiência diárias, ferramentas capazes de trazer visibilidade às suas ações. Dentre elas destacam-se o processo de enfermagem, as teorias que devem alicerçá-lo e resoluções legais que respaldam 8 suas condutas. Vislumbra-se, portanto, a aplicação de metodologias do cuidar embasadas em teorias interacionistas e humanísticas. Neste sentido, a fenomenologia Heideggeriana apresenta considerável aproximação, uma vez que baliza o profissional ao encontro do Ser, movimentando-se da esfera ôntica à ontológica, resgatando o cuidado-com o paciente a partir de suas múltiplas necessidades.