Juventudes negras na educação de jovens e adultos: trajetórias escolares de (re)existências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Novaes, Marcia Nascimento Neves lattes
Orientador(a): Torres, Mariana Cassab lattes
Banca de defesa: Martins, Marcus Leonardo Bonfim lattes, Silva, Alessandra Nicodemos Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
EJA
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18274
Resumo: O presente trabalho investiga as trajetórias de educandos jovens negros da Educação de Jovens e Adultos, e procura interpelar seus percursos de escolarização e suas percepções de como a escola considera suas condições juvenis e de raça. Balizado pelos campos dos estudos da EJA, das juventudes e das pesquisas enfocadas em questões étnico-raciais, busca produzir uma escuta sensível e atenta às falas dos jovens, assinalando os entrelaçamentos que se dão entre suas questões de vida e as experiências na escola, marcadas por exclusão, discriminação, mas também pela projeção de sonhos e possibilidades de enfrentamento das desigualdades que marcam suas vidas, notadamente aquelas que se referem ao racismo. Em termos metodológicos, o estudo se serve do trabalho com grupo focal e a condução de entrevistas semiestruturadas. Elege como lócus da pesquisa o principal centro de referência de oferta da EJA no município de Juiz de Fora, que é o Centro de Educação de Jovens e Adultos Geraldo Montinho – CEM. É nessa escola que o grupo focal é realizado junto a estudantes da EJA e entrevistas semiestruturadas são conduzidas com três jovens que contribuem com os tesouros de suas falas em torno de seus percursos escolares. Nesse movimento, questões como o acolhimento que encontram na escola, a experiência do racismo, os entrelaçamentos que há entre seus percursos truncados e as dimensões de suas vidas na totalidade emergem e são crucias para o desafio de construir currículos próprios da modalidade, cada vez mais marcada pela presença acentuada de jovens negros em seus bancos escolares. A defesa do estudo é que apenas em face do que os jovens têm a revelar sobre suas vidas e suas experiências escolares que é possível avançar na constituição de currículos emancipatórios implicados com a diferença, com a equidade, com a superação do racismo, a justiça e a reparação e restauração de direitos, sobretudo porque o que os jovens têm a dizer sobre si, sobre a escola, sobre os currículos vividos, sobre seus saberes, suas lutas, seus sonhos, seus projetos, suas histórias de violação de direito e modos particulares de (re)existência deve ser encarado como substância elementar para as políticas de acolhimento, permanência e escolarização, especialmente no que tange à formulação de currículos próprios da EJA.