Juventudes, consumo e educação escolar: narrativas de estudantes da EJA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rosa, Peter da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22762
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo compreender a relação de jovens da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de uma escola da rede municipal de Itaboraí (RJ) com o consumo e as mediações realizadas pela escola a respeito desta temática. A abordagem teórico-metodológica privilegiou autores e autoras afinados(as) com as perspectivas crítica e pós-crítica. Em relação ao “consumismo” e à “sociedade de consumidores”, destacamos as contribuições de Bauman (2000; 2008). Quanto à “cultura do consumo” e ao conceito de “consumo cultural”, privilegiamos, respectivamente, as obras de Fontenelle (2017) e Canclini (1997; 1999). Também dialogamos com Momo e Costa (2010), Costa M. (2009c), Kapczynski (2019) e Bastos et al. (2015) sobre a relação consumo e educação. No que tange às reflexões sobre “juventudes”, destacam-se as teorizações de Groppo (2016; 2017), Melucci (1997), Dayrell (2003) e Dayrell e Carrano (2014). Nas discussões sobre EJA enfatizamos as obras de Costa e Evangelista (2017), Rummert (2007; 2019) e Carrano (2007). A pesquisa está inserida numa metodologia de base qualitativa e a seleção de cinco sujeitos para a entrevista foi realizada a partir da aplicação de um questionário. As entrevistas foram realizadas com base nas narrativas dos sujeitos na perspectiva da “história de vida temática” proposta por Goodson (2015). Inspirados na obra de Walter Benjamin (1987) e nas releituras de Rosa et al. (2011) e Goodson e Rosa (2020), adotamos o tratamento e a ressignificação das narrativas a partir do suporte teórico-metodológico das mônadas. Dentre os sentidos produzidos, destacamos a prevalência, entre os/as jovens, da noção material e objetiva do consumo fortemente associada à circulação do dinheiro e à aquisição de bens, inerentes à lógica da “sociedade de consumidores”. Ressaltamos que, apesar de os/as jovens não sinalizarem questionamentos em relação ao modus operandi do sistema capitalista e/ou sobre o consumismo e suas consequências, eles/as deixaram evidente que suas práticas de consumo não são realizadas de forma irrefletida. Ao contrário, integram aspectos conscientes/reflexivos inerentes aos seus contextos socioculturais. Os/as estudantes não identificaram e/ou explicitaram o desenvolvimento da temática do consumo pela escola, indicando problemas estruturais atrelados ao sistema hegemônico em relação à educação e agravados pelo contexto pandêmico. Porém, as experiências e trajetórias de superação e de resistência desses sujeitos revelaram-se bastante potentes, o que pode ser integrado ao processo educativo associado a temáticas como o consumo, viabilizando a formação integral e a construção de novos caminhos que corroborem para o questionamento e as transformações política, social e ambiental.