"Eu sou África para os meus alunos": o imaginário como força-motriz para experiências escolares de uma professora negra de Juiz de Fora, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Talma, Andressa Lima lattes
Orientador(a): Oliveira, Julvan Moreira de lattes
Banca de defesa: Perez, Carolina dos Santos Bezerra lattes, Dias, Lucimar Rosa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/18251
Resumo: O objetivo deste trabalho foi compreender a trajetória de vida pessoal e profissional de uma professora negra que tem o trabalho reconhecido na rede municipal de educação de Juiz de Fora, por valorizar o Ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira. Metodologicamente, situa-se no campo das pesquisas narrativas, levantando as experiências da professora através do acompanhamento de algumas aulas e o registro por meio de entrevistas semiestruturadas sobre a sua trajetória. Apoiamonos na Antropologia do Imaginário que busca o equilíbrio entre razão e imaginação, sendo a primeira a capacidade de racionalização e a segunda, a operação da mente que evoca objetos, tornando-se uma faculdade de criação. Nesse sentido, o imaginário coloca a pessoa em relação de significado com o mundo, com o outro, consigo e na relação que existe entre eles. No decorrer da pesquisa, pude perceber nas narrativas iniciais da professora a valorização da ideia de ponte que, na perspectiva do imaginário, faz a ligação dos contrários e é dessa forma que esta professora realiza o seu trabalho: Faz uma ponte para que a cultura negra chegue até suas salas de aulas da forma que ela acredita ser a ideal. O conteúdo de História e Cultura Africana e Afro-brasileira não foi visto em nenhum momento da vida escolar, nem na formação inicial e nem na continuada desta professora. Porém, é recorrente em sua fala a necessidade de se trabalhar com a formação da identidade étnico-racial e possibilitar a elevação da autoestima de seus alunos. Ela embasa seu trabalho nas histórias de seus antepassados africanos contadas por seus familiares, em especial no saber materno que incentiva desde pequena sua "africanidade". Além de trazer as histórias da família, assiste programas de televisão, lê muitos livros e revistas e conversa com quem conhece a África. Dessa forma, prepara-se para trabalhar a temática em suas turmas e procura estimular os outros professores. No entanto, observa-se a dificuldade no planejamento das aulas, evidenciando o desenvolvimento de técnicas de ensino inspirados mais em caráter pessoal e na militância que num projeto epistemológico e pedagógico.