Invisibilidade negra na educação: análises com base na experiência de uma professora de uma escola pública de Juiz de Fora/MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pereira, Waldeir Reis lattes
Orientador(a): Oliveira, Julvan Moreira de lattes
Banca de defesa: Pereira, Edimilson de Almeida lattes, Alves, Vânia de Fátima Noronha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2345
Resumo: O objeto deste trabalho foi compreender as representações de uma educadora da rede de ensino municipal da cidade de Juiz de Fora, MG, em relação aos alunos negros no cotidiano escolar, tendo como pergunta mobilizadora o quanto sua história de vida e de sua formação inicial e continuada influenciou nas suas representações sobre os negros e no seu trabalho cotidiano com eles. A reflexão proposta tem por base os princípios teóricos da Antropologia do Imaginário na perspectiva de Gilbert Durand, que revela através de sua hermenêutica simbólica a necessidade de leituras contextuais do simbólico, assim como compreender estes fenômenos de referência diferente das tradicionais surgidas na modernidade, derivando uma posição epistemológica que reivindica o lugar de um campo teórico emergente, em que o conhecimento deve considerar as diversas dimensões do humano, o racional e o afetivo. Este campo procura promover o encontro multidisciplinar, reunindo a diversidade de conhecimentos que levam o homem a se compreender como animal simbólico. A metodologia utilizada na pesquisa é a narrativa que pode ser compreendida como uma possibilidade de se atravessar memórias que são construídas na escuta de forma artesanal, como um interpretar de vidas e um aproximar do cotidiano investigado, onde acontece um encontro de vidas do narrador e do pesquisador. A professora investigada tem uma trajetória de vida e profissional marcada por dificuldades em lidar com as temáticas étnico-raciais e com seus alunos negros, inclusive com ausência da temática em sua formação inicial e continuada. Ela tende a culpabilizar os negros pelos seus resultados somente enxergados como negativos no espaço escolar. É recorrente em seu ideário e imaginário as representações simbólicas negativas de uma escola que se deteriora ligada à entrada de estudantes negros, marcada principalmente com o momento de mudança da escola em que trabalha, com o aumento da presença desses, que trouxeram à tona demandas silenciadas em relação às questões raciais. Tal recorrência liga-se as atividades pedagógicas que não contemplam conteúdos relacionados à História e Cultura Africana e Afro-brasileira. Conclui-se que essas invisibilidades sobre o negro são decorrentes de fatores como a não presença no processo formativo inicial e continuado de questões ligadas às diversidades e pela continuidade no cotidiano do espaço escolar do domínio do ensino alicerçado no paradigma clássico que afasta ou silencia o afetual e as diversas culturas da educação.