Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Faria, Ruiter de Souza
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Orientador(a): |
Bastos, Marcus Gomes
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Banca de defesa: |
Paula, Rogério Baumgratz de
,
Silva, Lilian Pinto da
,
Colugnati, Fernando Antonio Basile
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1646
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Resumo: |
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) evolui com progressiva e irreversível perda das funções renais. Suas manifestações clínicas e complicações associadas ocasionam redução da capacidade física, baixa tolerância ao exercício, comprometimento da qualidade de vida (QV) autorrelatada e, consequentemente, dificuldade para realização das atividades de vida diária. Seus distúrbios clínicos e metabólicos, característicos da uremia, já estão presentes nos pacientes desde os estágios pré-dialíticos. Porém, a literatura ainda não é clara quanto à existência e aos fatores associados às alterações na função respiratória de pacientes com DRC pré-dialítica. Objetivos: Avaliar a função respiratória, a capacidade física e a qualidade de vida autorrelatada em pacientes com DRC pré-dialítica nos estágios três, quatro e cinco de evolução da doença e comparar com voluntários saudáveis. Métodos: Realizamos um estudo transversal, em que avaliamos 38 voluntários adultos divididos em dois grupos: um grupo controle (GC) com nove sujeitos saudáveis e um grupo experimental com 29 pacientes com DRC pré-dialítica estágios três, quatro e cinco (G3, G4 e G5 respectivamente) pertencentes ao Serviço de Nefrologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), provenientes do Programa de Prevenção às Doenças Renais do Núcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em Nefrologia da Universidade Federal de Juiz de Fora e Fundação IMEPEN (PREVENRIM – NIEPEN/UFJF). Critérios de inclusão: pacientes adultos, de ambos os sexos, pertencentes aos estágios três, quatro e cinco da DRC, que concordaram em participar do estudo através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de não inclusão foram pacientes com: idade superior 65 anos, doenças pulmonares previamente diagnosticadas, tabagistas, ex-tabagistas que fumaram acima 20 anos/maço e/ou que interromperam o hábito de fumar a menos de dez anos, alterações cognitivas e osteomioarticulares que comprometiam a realização dos testes, angina instável, infecção ativa nos últimos três meses, hipertensão arterial descontrolada (pressão arterial sistólica ≥ 200 mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 120 mmHg), em uso de medicamentos que influenciam a função da musculatura respiratória, como esteroides ou ciclosporina e que não concordaram em participar. Para formação do grupo controle, foram selecionados indivíduos saudáveis pareados por idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC), respeitando os mesmos critérios de não inclusão. Todos os voluntários foram avaliados segundo o protocolo a seguir: Primeira Visita- Avaliação Médica e Fisioterapêutica; coleta de duas amostras de sangue, uma para análise de dados laboratoriais e outra para estocagem de soro; realização do Teste de Caminhada de Seis Minutos; Manovacuometria; e aplicação do Questionário de Qualidade de Vida Autorrelatada SF-36. Segunda Visita: Avaliação Espirométrica- Terceira Visita: Teste Cardiopulmonar de Exercício. Além disso, foram retirados dos prontuários dados referentes à avaliação nutricional. Análise estatística: Os dados foram expressos como média e desvio-padrão ou percentagem conforme a característica da variável. Para comparação entre os estágios, foi utilizada a ANOVA, Kruskal-Wallis ou teste do qui-quadrado. Para avaliar a associação entre as variáveis, foi utilizada a correlação de Pearson ou Spearman, conforme a característica da variável. Considerado significante um p < 0,05. Utilizado o Software estatístico SPSS 13.0 Resultados: Quando comparados aos indivíduos controle, não houve diferença entre os pacientes com DRC com relação à idade, sexo e IMC. A causa mais comum de DRC foi nefroesclerose hipertensiva (34,4%), seguida de glomerulonefrite crônica (20,6%) e doença renal diabética (17,2%). As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial (96,5%), dislipidemia (68,9%) e diabetes mellitus (24,1%). Houve diferença estatisticamente significante em variáveis laboratoriais como PTHi (GC = 71,2 ± 29,8pg/mL, G3 = 77,0 ± 24,9pg/mL, G4 = 114,2 ± 52,2pg/mL, G5 = 337,2 ± 283,0pg/mL e p = 0,004) e hemoglobina (GC = 15,0 ± 1,8g/dL, G3 = 13,7 ±1,4g/dL, G4 = 12,3 ± 1,3g/dL, G5 = 12,3 ± 1,6g/dL com p = 0,003). A Função Pulmonar não apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos nos parâmetros espirométricos, porém, na manovacuometria, a pressão inspiratória máxima (PImáx) demonstrou diferença estatisticamente significativa em valores absolutos (GC = 95,0 ± 17,6cmH2O, G3 = 61,0 ± 26,8cmH2O, G4 = 60,5 ± 14,6cmH2O, G5 = 66,1 ± 25,3cmH2O, com p = 0,024). Igualmente, a maioria das variáveis estudadas relacionadas à capacidade física avaliada pelo Teste Cardiopulmonar de Exercício, como a potência relativa máxima (GC = 4,9 ± 1,3W/Kg, G3 = 3,7 ± 0,9W/Kg, G4 = 3,0 ± 1,2W/Kg, G5 = 3,2 ± 1,0W/Kg, com p = 0,007), e o consumo de oxigênio (VO2pico) (GC = 85,4 ± 18,2 %, G3 = 75,8 ± 18,3 %, G4 = 65,9 ± 16,0 %, G5 = 63,4 ± 16,0%, com p = 0,038) e à capacidade funcional medida através da distância percorrida no Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6M) (GC = 90,5 ± 7,6%, G3 = 93,9 ± 7,5%, G4 = 83,4 ± 9,5%, G5 = 83,0 ± 8,9%, com p = 0,017) apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Além disso, a taxa de filtração glomerular (TFG) associou-se a variáveis laboratoriais (hemoglobina, r = 0,596 e p = < 0,0001), da função pulmonar (VEF1 (%) r = 0,349 e p = 0,020; PImáx (cmH2O) (r = 0,415 e p = 0,015) e da capacidade física (VO2pico (mL/kg.mim) r = 0,430 e p = 0,008) e funcional (TC6M (m) r = 0,556 e p = < 0,0001). Avaliando a qualidade de vida (QV) através do SF-36, observamos um declínio da mesma, nos domínios capacidade funcional (p = 0,003), aspectos físicos (p = 0,012), estado geral da saúde (p = 0,008), aspectos sociais (p = 0,002), com a progressão do estágio da DRC. A QV esteve associada a variáveis relacionadas à função pulmonar e ao teste cardiopulmonar de exercício. Vale ressaltar que houve uma importante correlação entre o domínio capacidade funcional avaliado pelo SF-36 e a distância percorrida no TC6M (r = 0,766 e p < 0,0001) e o VO2pico em valores absolutos no TCPE (r = 0,688 e p < 0,0001). Conclusão: Pacientes com DRC pré-dialítica apresentaram alterações na função respiratória e na capacidade física e funcional e a associação destes parâmetros com a TFG sugere que a progressão da doença agrava estas funções. Além disso, ocorreu uma piora da QV associada à piora da TFG e associação entre QV e capacidade funcional avaliada pelo teste de caminhada de 6 minutos e capacidade física avaliada pelo TCPE, indicando que a avaliação subjetiva realizada pelo questionário de QV reflete a avaliação objetiva avalida pelo TC6M e pelo TCPE e que podemos sugerir este instrumento como rastreio para avaliação de capacidade funcional/física em pacientes com DRC pré-dialítica. |