Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Liliana Fajardo
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Orientador(a): |
Bastos Netto, José Murillo
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Banca de defesa: |
Garboggini, Patrícia Virgínia Silva Lordêlo
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Fonseca, Eliane Maria Garcez Oliveira da
,
Lopes, Humberto Elias
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1936
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Resumo: |
A enurese é uma perda intermitente e involuntária de urina durante o sono. É classificada como monossintomática, quando apenas há perda urinária noturna e não-monossintomática, que além de perda noturna, ocorrem sintomas urinários durante o dia. Acredita-se que a eletroestimulação nervosa transcutânea parassacral (ENTP) tem um efeito de recondiocionamento fisiológico, possibilitando a remodulação de sinapses através da neuroplasticidade, afim de um recondicionamento neural definitivo. Seu uso em crianças com disfunção do trato urinário inferior (DTUI) é bem conhecido, entretanto, nenhum estudo avaliou seus efeitos sobre a enurese monossintomática. O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia da ENTP no tratamento da na enurese primária monossintomática associada à terapia comportamental. O desenho do estudo foi um ensaio clínico controlado prospectivo. 45 pacientes, sendo 29 meninas, acima de 6 anos com enurese monossintomática primária, atendidos no ambulatório de Urologia Pediátrica do HU/CAS-UFJF foram divididos aleatoriamente em 2 grupos, controle (GC), tratado com terapia comportamental, e experimental (GE), tratado com terapia comportamental e ENTP. No GE, os eletrodos foram colocados na região sacral (S2/S3) do paciente. A sessão teve sempre o mesmo formato, com duração de 20 minutos, frequência 10Hz, largura de pulso de 700μS e intensidade determinada pelo limiar de sensibilidade da criança. Foram aplicadas 10 sessões, três vezes por semana e em dias alternados. Os pacientes de ambos os grupos foram acompanhados com intervalos de 2 semanas no primeiro mês e mensalmente por 6 meses consecutivos. O percentual de noites secas no início do tratamento foi de 23% no GC e 22% no GE (p=0,82) e ao final do tratamento passou a 51% e 69% (p=0,02) respectivamente. Na estratificação por faixa etária, o GC apresentou uma melhora significativa após a terapia comportamental, passando de 31,4% nas crianças maiores de 10 anos a 67,6% (p=0,108) e de 17,6% nas crianças com idade menor ou igual a 10 anos a 39,7% (p=0,02) após 180 dias. A avaliação por sexo demonstrou que no GE havia uma diferença estatística significativa apenas antes do tratamento (11,9% nos meninos e 27,4% nas meninas p=0,03), o que se tornou semelhante ao final do acompanhamento (63,3% e 71,9%, respectivamente p=0,39). Ao analisar o incremento de noites secas do GE em relação ao gênero, observa-se que não houve diferença significativa entre os sexos. Analisando a quantidade de noites secas em um intervalo de 30 dias, observou-se que houve um aumento significantemente maior no grupo submetido à ENTP quando comparado ao GC (14,11 ± 6,63 noites secas no GE e 8,28 ± 6,42 noites secas no GC por 30 dias p=0,0054). Quando subdividimos o grupo experimental por faixa etária (maior e menor que 10 anos), observamos que esse incremento no número de noites secas é semelhante (p=0,971), o mesmo acontece quando o GE é subdividido de acordo com sexo (p=0,312). A aplicação de ENTP por 10 sessões associada ao tratamento comportamental, apesar de não ter levado a cura, mostrou-se eficaz no tratamento da enurese monossintomática quando comparada ao tratamento comportamental. Entretanto, nenhum paciente apresentou remissão completa dos sintomas. |