Caracterização química e avaliação in vitro das atividades antifúngica e anti-inflamatória do extrato em hexano de Mitracarpus frigidus (RUBIACEAE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Thalita de Freitas lattes
Orientador(a): Fabri, Rodrigo Luiz lattes
Banca de defesa: Bessa, Martha Eunice lattes, Chedier, Luciana Moreira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00001
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13888
Resumo: Espécies do gênero Candida possuem grande importância clínica, pois estão entre os principais causadores de infecções fúngicas sistêmicas, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Candida albicans se destaca tanto por ser a espécie mais comumente isolada em infecções pelo gênero, quanto pela sua capacidade de desenvolver mecanismos de resistência. O presente estudo teve como objetivo caracterizar quimicamente e avaliar as atividades antifúngica e anti-inflamatória in vitro do extrato em hexano de Mitracarpus frigidus (MFH), a fim de descobrir um novo tratamento para infecções fúngicas causadas por C. albicans. MFH (22g) foi obtido por meio da partição líquido-líquido de 100g do extrato bruto metanólico das partes aéreas da espécie. A partir da análise química por CG-EM foi possível identificar 11 substâncias em MFH, dessas, pentalongin, esqualeno, neofitadieno, estigmasterol, γ-sitosterol e 2-azaantraquinona apresentaram atividade biológica descrita na literatura e relacionada com esse trabalho. A atividade antifúngica de MFH foi avaliada frente a nove linhagens do gênero Candida, sendo que os valores da concentração inibitória mínima (CIM) variaram de 250 a 1000 μg/mL ambos com efeito fungistático. Dessas nove linhagens foram selecionadas três linhagens de C. albicans que obtiveram os menores valores de CIM (250 μg/mL). Os demais ensaios foram realizados apenas com as linhagens selecionadas de C. albicans: duas padronizadas (ATCC® 24433 TM, sensível a antifúngicos e ATCC® 10231 TM, resistente a antifúngicos) e uma clínica de origem vulvovaginal (vv1). Foram observadas alterações nas fases lag e log das curvas de crescimento fúngico das linhagens analisadas tratadas com MFH e nistatina. Os ensaios em envoltório celular mostraram que MFH atua em membrana celular fúngica, interferindo na integridade celular e inibindo o crescimento fúngico. Em relação às atividades citotóxicas e anti-inflamatórias em macrófagos J774A.1, MFH não alterou a viabilidade celular dessa linhagem, exceto na maior concentração (300 μg/mL), e reduziu significativamente os teores de NO e TNF-α quando comparado ao controle (macrófagos estimulados e tratados com o veículo). Conforme os resultados encontrados, podese inferir que a composição química de MFH, tem uma relação direta com suas atividades antiinflamatória e antifúngica. Além disso, destaca-se que este é o primeiro relato tanto da composição química de MFH por CG-EM quanto de suas atividades anti-inflamatória e antifúngica contra linhagens padronizadas e clínica de C. albicans abrindo perspectivas para um novo tratamento contra infecções fúngicas decorrentes dessa espécie.