Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Campos, Lara Melo
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Orientador(a): |
Faria Pinto, Priscila de
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Banca de defesa: |
Tavares, Guilherme Diniz
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Araújo, Marcelo Gonzaga de Freitas
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11675
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Resumo: |
O surgimento de microrganismos multirresistentes pode ser atribuído ao uso indiscriminado de antimicrobianos para o controle de doenças, o que vem causando intensa pressão seletiva sobre os microrganismos. Responsáveis por grande parte das infecções, podemos destacar Candida albicans, um agente patogênico oportunista, associado a algumas infecções clínicas importantes, tais como candidíase vulvovaginal (CVV). Pesquisas recentes vêm investindo em novas formulações, várias destas de origem natural. A espécie Mitracarpus frigidus (Willd. ex Reem Schult.) K. Schum (MFM) apresenta atividades biológicas já relatadas, com destaque para a atividade antimicrobiana. Diante do exposto, este trabalho busca avaliar a atividade antifúngica in vitro e in vivo de MFM na sua forma live e incorporada a um gel de quitosana, frente à C. albicans (ATCC® 10231) resistente fluconazol, itraconazol, voriconazol e anidulafungina. Os ensaios in vitro foram realizados apenas com MFM livre, em duas etapas. Primeiro em células planctônicas, utilizando métodos de concentração inibitória mínima (CIM), concentração fungicida mínima (CFM), curva de crescimento, densidade celular e estudo em envoltório celular (permeabilidade com cristal violeta, extravasamento de membrana, proteção do sorbitol, ensaio de ligação do ergosterol exógeno, hidrofobicidade, dosagem de ergosterol e viabilidade). Posteriomente foram realizados ensaios em biofilme, por meio da análise de proliferação e adesão, "Whole Slide Imaging" (WSI), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e análise do teor de carboidratos. Os ensaios in vivo compreenderam modelos experimentais de CVV, testando além de MFM livre, a sua forma incorporado a um gel de quitosana. A avaliação de CIM e CFM determinou um valor de 500 μg/mL e efeito fungistático para C. albicans, respectivamente. O ensaio da curva de crescimento resultou em uma inibição do crescimento fúngico frente à MFM. Para a densidade celular, MFM provou uma redução de 70% do número de células fúngicas. A capacidade de captação de cristal violeta foi aumentada. O ensaio de extravasamento de membrana demonstrou que MFM aumentou consideravelmente a liberação de nucleotídeos. Para a análise do sorbitol e ergosterol obteve-se um valor de CIM 4000 μg/mL e CIM 8000 μg/mL, respectivamente, o que indica uma atuação em parede e membrana celular da levedura. Os ensaios de conteúdos lipídicos indicaram uma maior liberação desses componentes nas amostras testadas. A viabilidade celular indicou uma diminuição da carga fúngica e a redução da presença de hifas, alterando o fator de virulência das amostras tratadas com MFM. Em relação aos ensaios em biofilme, MFM foi capaz de de reduzir o biofilme pré-estabelecido e interferir na sua adesão. A utilização de WSI e MEV sugeriram a redução dos biofilmes formados. A análise de carboidratos indicou também a diminuição desta estrutura e da sua matriz exopolissacarídea. Os ensaios in vivo demonstraram que MFM em suas duas formas analisadas foram capazes de reduzir a carga fúngica e o processo inflamatório. Os resultados encontrados ressaltaram ainda mais o potencial científico e terapêutico dessa planta, abrindo novas pespectivas para o tratamento de doenças infecciosas e possivelmente uma nova formulação a base de quitosana com capacidade de aplicações dermatólogicas, proporcionando sua utilização futura para tratamento da CVV. |