Amanhã haverá feira-livre: a dimensão territorial da feira-livre da Avenida Brasil em Juiz de Fora - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Flávio Augusto Sousa lattes
Orientador(a): Lima, Elias Lopes de lattes
Banca de defesa: Torres, Clarice Cassab lattes, Porto, Gil Carlos Silveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Geografia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16311
Resumo: O presente trabalho discute a respeito da dimensão territorial das feiras-livres, em especial da Feira-livre da Avenida Brasil em Juiz de Fora - MG. O trabalho investiga como as dinâmicas das disputas de poder no e em torno do uso do território são expressos na Feira-livre da Avenida Brasil, analisando como se arranjam as disputas de poder em torno do território da feira-livre e, acessoriamente, questiona de que modo as feiras-livres continuam na contemporaneidade frente a formas espaciais de comércio mais modernas. Assim, a pesquisa assume como objetivo principal compreender a formação espacial e o uso do território em face da realização da Feiralivre da Avenida Brasil em Juiz de Fora - MG. Compreendemos as feiras-livres como uma forma de comércio varejista de periodicidade semanal, marcada pela venda de artigos de base hortifrutigranjeira, preferencialmente estabelecida em espaços públicos ao ar livre. Forma essa que a partir das relações que estabelece, materializam disputas de poder criando um território em meio ao espaço público e voltado ao abastecimento local de produtos de primeira necessidade e que se marca por características além de comerciais, pois ao ser usado cria laços de vizinhança, sociabilidade e resistência. Para atingir o objetivo realizamos investigações quantitativo-descritiva de verificação de hipótese a partir da aplicação de entrevistas estruturadas com feirantes e consumidores. Adotamos técnicas de observação sistemática e investigação explanatória para as incursões à feira-livre. Concomitantemente, realizamos revisão bibliográfica quanto ao conceito de feira-livre, revisão teórico-conceitual a respeito do território usado e uma análise documental da geografia-histórica das feiras-livres em Juiz de Fora. Constatamos que as feiras-livres em Juiz de Fora são resultados das greves dos trabalhadores urbanos do município de 1924. Averiguamos que a feira dominical foi sofrendo deslocamentos cada vez para mais longe do centro da cidade até a margem esquerda do Rio Paraibuna, na Avenida Brasil, a partir do desejo urbano de modernidade e das ações implementadas pela política. Do mesmo modo, fomos capazes de traçar o perfil dos sujeitos diretamente envolvidos com a feira-livre, feirantes e consumidores, e verificamos que suas práticas compreendem estratégias horizontais que congregam à feira-livre capacidade de estar (r)existindo na cidade contemporânea frente a agentes hegemônicos no campo da alimentação e da distribuição de alimentos.