Métodos de estudos da neuropatia da hanseníase: avaliando o efeito da colest-4-en-3-ona no comportamento neuronal in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Messias, Wagner Faria lattes
Orientador(a): Mietto, Bruno de Siqueira lattes
Banca de defesa: Toscano, Eliana Cristina de Brito lattes, Almeida, Fernanda Martins de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00077
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16644
Resumo: A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae), que acomete principalmente a pele e nervos periféricos, levando a grave degeneração do tecido nervoso. Enquanto muito se tem estudado sobre o impacto do bacilo na patofisiologia do nervo e de sua interação com as células de Schwann, consideradas como principais células hospedeiras, pouco se conhece a respeito da interação M. leprae–neurônios, bem como o efeito de metabólitos desse patógeno sobre as células neuronais. Um potencial metabólito é a colest-4-en-3-ona (colestenona), um oxicolesterol relacionado à citotoxicidade e neurodegeneração, sintetizado pelo M. leprae. Desse modo, o presente estudo objetivou investigar o impacto da colestenona no comportamento e viabilidade neuronal, e a capacidade de internalização da bactéria em neurônios. Para tanto, neurônios do gânglio da raiz dorsal (GRD) de camundongos foram cultivados e estimulados com colestenona e avaliados por microscopia óptica quanto à morfologia, degeneração e viabilidade celular. Além disso, neurônios humanos da linhagem SK-N-AS (SK) foram cultivados e expostos ao M. leprae morto e à colestenona, e posteriormente avaliados por citometria de fluxo e microscopia quanto à internalização do bacilo e a viabilidade celular. Nossos resultados revelam a colestenona como um potencial composto de efeito depreciativo da morfologia neuronal, alterando o comprimento e complexidade de neuritos em torno de 30%. Ademais, dados preliminares sugerem a possibilidade desse composto atuar também como indutor degenerativo. Por fim, nós mostramos, pela primeira vez, a capacidade do M. leprae morto ser internalizado em neurônios humanos, abrindo novas perspectivas sobre a contribuição da interação neurônio–bactéria no curso da doença. Tomados em conjunto, os resultados em questão apontam um novo caminho para o estudo da patogênese da hanseníase neural, oferecendo novas percepções e modelos sobre a contribuição do bacilo e seus elementos patogênicos para a neuropatologia provocada durante sua infecção.