Função autonômica cardíaca em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 um ano ou mais após o diagnóstico de COVID- 19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Camila Alves Quintino de lattes
Orientador(a): Silva, Lilian Pinto da lattes
Banca de defesa: Trevizani, Gabriela Alves lattes, Almeida, Leonardo Barbosa de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
Departamento: Faculdade de Fisioterapia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00112
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16694
Resumo: O diabetes mellitus (DM) pode favorecer o surgimento de alterações autonômicas, como a neuropatia autonômica cardíaca, especialmente em pacientes com controle glicêmico inadequado. Assim como o DM, a infeção por COVID-19 pode causar elevação da glicemia plasmática e está associada com disfunções autonômicas cardíacas a longo prazo, além de causar redução da capacidade funcional. Ainda faltam informações sobre a ação conjunta do DM e da COVID-19 sobre a função autonômica cardíaca, bem como sobre a capacidade funcional de indivíduos com diabetes acometidos por COVID-19 a longo prazo. Sendo assim, foi conduzido um estudo caso-controle transversal incluindo indivíduos com DM tipo 2, com (grupo DM2COV) e sem histórico de COVID-19 (grupo DM2) há um ano ou mais, a fim de comparar a função autonômica cardíaca em condição estática e de estresse, bem como a capacidade funcional entre os dois grupos. A função autonômica cardíaca foi avaliada por meio de medidas de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em repouso e na recuperação pós-exercício, da frequência cardíaca (FC) no 1º. (REC1) e 2º. minuto (REC2) de recuperação pós-exercício incremental e de cinco testes de reflexos autonômicos cardiovasculares. A capacidade funcional foi avaliada a partir da distância percorrida no Incremental Shuttle Walking Test (ISWT). Os dados categóricos estão apresentados como frequência absoluta e relativa e os dados numéricos como média ± desvio padrão. A comparação de variáveis categóricas entre os dois grupos foi realizada por meio do teste qui-quadrado, e do teste t para amostras independentes ou teste de Mann-Whitney e da ANOVA two-way para variáveis numéricas. Para os testes estatísticos foi adotado um nível de significância de 5%. Trinta e seis indivíduos de ambos os sexos participaram do estudo, sendo 18 do grupo DM2COV e 18 do grupo DM2 (60,6 ± 10,8 vs. 57,4 ± 10,0 anos, P=0,378; 61% vs. 50% homens, P=0,738). Não houve diferença significante entre os grupos quanto às medidas de VFC em repouso, na recuperação após o exercício e na capacidade funcional. A REC1 foi significativamente menor no grupo DM2COV em comparação ao grupo DM2 (20,1 ± 10,9 bpm vs. 28,6±11,5 bpm; P=0,037). O grupo DM2COV apresentou resposta pressórica reduzida ao teste de preensão manual sustentada (10,1 ± 4,9 mmHg vs. 17,0 ± 9,8 mmHg; P=0,015) em comparação ao grupo DM2. Os achados deste estudo revelaram que a infecção por COVID-19 promove prejuízos autonômicos mesmo um ano após a sua ocorrência em indivíduos com DM2. Adicionalmente, observou-se que a avaliação da função autonômica cardíacaem condição de estresse foi mais eficaz para identificação destes prejuízos.