Avaliação da atividade estrogênica em efluente sanitário bruto e tratado em uma estação de tratamento com sistema de lodos ativados com aeração prolongada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Neves, Sumáya Karla Faria lattes
Orientador(a): Pereira, Renata de Oliveira lattes
Banca de defesa: Bil, Daniele Maia lattes, Dias, Edgard Henrique Oliveira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil (PEC)
Departamento: Faculdade de Engenharia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16546
Resumo: Os desreguladores endócrinos são compostos capazes de causar efeitos danosos à saúde, podendo afetar no crescimento, desenvolvimento, reprodução e comportamento de seres vivos. Esses compostos estão presentes nos efluentes domésticos, em sua maioria na forma de composto estrogênicos. O tratamento convencional de efluentes domésticos não objetiva a remoção de tais substâncias, e por consequência elas atingem os corpos hídricos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a atividade estrogênica de efluente sanitário bruto e tratado, de uma estação de tratamento de esgotos (ETE) com sistema de lodos ativados por aeração prolongada. O efluente sanitário foi caracterizado de maio de 2019 a junho de 2022, quanto aos parâmetros físico-químicos e em relação a atividade estrogênica da fase líquida pelo ensaio in vitro Yeast Estrogen Screen, reportado em nanogramas equivalente de 17β-estradiol por litro (ngEQ-E2.L-1). A ETE alcançou eficiências de remoção de DQO, SST e N-NH3, de 85%, 71% e 46%, por ordem. A ETE conseguiu atender aos padrões da Resolução COPAM-CERH nº 8/2022, com exceção do N-NH3, que superou o valor máximo permitido em 57% das coletas. 85% das amostras de efluente bruto apresentaram atividade estrogênica, enquanto as de efluente tratado, 50%. A atividade estrogênica no efluente bruto variou entre menor que o limite de detecção (LD) e 543,90 ng EQ-E2.L-1 e no efluente tratado entre <LD e 95,48 ng-EQ-E2.L-1, apresentando desvio significativo entre as amostras. O CE50 mediano foi de 84,11 ± 172,29 ng.L-1 e o LD e LQ de 0,15 ± 0,05 e 0,44 ± 0,14 ngEQ-E2.L-1, respectivamente. A recuperação da amostra dopada com E2 foi de aproximadamente 84%. A remoção média de estrogenicidade foi de 86%, condizente com o esperado para sistemas de LA e suas variantes. Porém, as concentrações estimadas no corpo receptor após o lançamento do efluente tratado foram entre 0,0005 e 0,43 ngEQ-E2.L-1. A concentração máxima, está acima dos valores considerados como potenciais causadores de efeitos adversos ao ecossistema aquático. Portanto, conclui-se que é necessário a adoção de estratégias como o uso racional de compostos estrogênicos para minimar as suas concentrações no esgoto, bem como a realização de mais pesquisas que contribuam para sua inclusão como parâmetros de monitoramento de águas residuárias, com o objetivo de fomentar a adoção de estratégias e de novas tecnologias que objetivem aumentar a sua remoção nas ETEs.