Avaliação da qualidade de águas superficiais e de sedimentos quanto à toxicidade e atividade estrogênica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Giselle Gomes Moreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Engenharia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11063
Resumo: Uma série de compostos químicos tem sido classificada como desreguladores endócrinos, tais como pesticidas, produtos químicos empregados e produzidos por indústrias e estrogênios naturais e sintéticos. A presença destes compostos em matrizes ambientais tem gerado cada vez mais preocupação na comunidade científica, em virtude dos seus potenciais efeitos adversos à saúde de várias espécies, uma vez que estas substâncias interferem na produção, liberação, metabolismo e eliminação de hormônios, podendo ainda simular a ação destes. Para a determinação da presença de desreguladores endócrinos podem ser utilizadas diferentes metodologias. Um dos principais ensaios in vitro utilizados para determinação da atividade estrogênica é o ensaio YES (Yeast Estrogen Screen), um método desenvolvido por Routledge e Sumpter que utiliza a levedura Saccharomyces cerevisiae geneticamente modificada. Neste trabalho foi analisada a presença de atividade estrogênica, através do ensaio YES, em água bruta e potável provenientes do no Rio Guandu, localizado no estado do Rio de Janeiro, Brasil, e em água bruta e sedimentos do Rio Santa Lucía localizado no Uruguai. Análises cromatográficas também foram realizadas para as amostras de águas provenientes do Rio Guandu. Testes de ecotoxicidade e parâmetros físico-químicos também foram determinados. Com base nos resultados desse estudo, pode-se dizer que o ensaio YES se mostrou uma importante ferrramenta de monitoramento e avaliação da qualidade de águas e sedimentos quanto à presença de atividade estrogênica, sendo 10,54 ± 3,53 ng.L-1 o limite de detecção do ensaio. Das amostras do Rio Guandu, 75% apresentaram atividade estrogênica, sendo que 20% das amostras de água bruta apresentaram EQ-E2 superior a 1 ng.L-1. O que é motivo de preocupação, visto que essa concentração já é responsável por efeitos danosos aos seres vivos. As amostras de água potável também apresentaram estrogenicidade, o que indica que o tratamento da água deveria ser otimizado a fim de alcançar a remoção desses micropoluentes prejudiciais à saúde humana e de outros animais. Valores de EQ-E2 inferiores a 1 ng.L-1 foram detectados nas amostras do Rio Santa Lucía, o que não descarta a necessidade de atenção, dado que o efeito sinérgico, em matrizes ambientais, desses micropoluentes é sempre preocupante. Nas amostras submetidas à cromatografia líquida de alta eficiência com detector de fluorescência, foi possível detectar o composto 17α-etinilestradiol em 95% delas. Os testes de toxicidade aguda foram ineficientes para predizer os efeitos causados no meio ambiente por essa classe de micropoluentes. Assim, os ensaios de atividade estrogênica, são os mais indicados para avaliar os efeitos em potencial dos desreguladores endócrinos, por isso, suas metodologias deverão ser completamente dominadas e implantadas como ensaios necessários para avaliar os efeitos de efluentes descartados.