Desenvolvimento de metodologia para detecção de ftalatos e alquilfenóis em águas superficiais utilizando cromatografia gasosa e espectrometria de massas e avaliação de seus potenciais estrogênicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Licurgo, Flavia Maria da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Química
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15815
Resumo: Os ftalatos e alquilfenóis são grupos de substâncias classificadas como interferentes endócrinos (IE) por órgãos internacionais, portanto a presença destes nas diversas matrizes ambientais é preocupante, visto que mesmo em concentrações muito baixas são capazes de alterar o funcionamento normal de um organismo podendo causar anomalias no sistema reprodutor animal, câncer, obesidade, infertilidade, entre outros. No Brasil, há poucos estudos sobre a ocorrência e comportamento de ftalatos e alquilfenóis no meio ambiente. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi estudar a presença do dimetil ftalato (DMP), dietil ftalato (DEP), dibutil ftalato (DBP), benzilbutil ftalato (BBP), bis(2-etil-hexil) ftalato (DEHP), di-n-octil ftalato (DnOP), 4-octilfenol (4-OP), 4-terc-octilfenol (4-t-OP) e 4-nonilfenol (4-NP) em água bruta e potável provenientes do rio Guandu, localizado no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, e avaliar seus potenciais estrogênicos. Para isto, entre março e dezembro de 2015, foram realizadas 6 coletas: de água bruta, do rio Guandu, nos municípios de Nova Iguaçu e Japeri, e de água potável, em Nova Iguaçu, próximo à estação de tratamento de água da região. Uma metodologia analítica foi desenvolvida utilizando extração em fase sólida combinada à cromatografia gasosa de alta resolução acoplada à espectrometria de massas em modo seletivo de íons (EFS-CGAR-EM-MSI) para a separação e determinação simultânea dos IE estudados. O menor limite de detecção (LD) do método foi de 3,6 μg.L-1, para o DMP e o maior LD foi de 51,7 μg.L-1, para o DnOP. As curvas dos padrões sintéticos obedeceram aos critérios do INMETRO, apresentando boa linearidade, com r > 0,90. O DEHP foi o que apresentou maior concentração em todas as amostras, sendo que em 50% das amostras de água bruta e em 40% das amostras de água potável essa substância foi encontrada em níveis de concentrações superiores a 1000 ng.L-1. O 4-t-OP variou de 0,05 a 0,97 μg.L-1 e de 0,13 a 0,27 μg.L-1, nas amostras de água bruta e potável, respectivamente. Essas concentrações excedem o valor determinado pela Final European Union 2455/2001/EC, que estabelece um limite de 0,01 μg.L-1 dos isômeros de octilfenóis em águas superficiais. Foi aplicado o ensaio in vitro Yeast Estrogen Screen (YES) para a determinação da atividade estrogênica das soluções dos padrões sintéticos e das amostras, onde somente o DMP e o 4-t-OP apresentaram estrogenicidade e uma curva sigmoidal semelhante à do 17β-estradiol, enquanto que o BBP, 4-OP e 4-NP apresentaram pouca resposta estrogênica nas faixas de concentração analisadas. 75% das amostras de água bruta do rio Guandu analisadas apresentaram atividade estrogênica e o valor do EQ-E2 máximo encontrado foi de 31,9 ng.L-1, o que é preocupante, visto que concentrações superiores a 1 ng.L-1 podem causar riscos à saúde de seres humanos e animais. Com base nos resultados avaliados, pode-se concluir que o método analítico desenvolvido e sua aplicação foi uma importante contribuição para o estudo de IE em águas do rio Guandu